quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

INSTITUTO BÍBLICO DO NORTE


Foto de Elio Rocha

O Instituto Bíblico do Norte (IBN) é uma instituição confessional  fundada  pela Missão Presbiteriana Norte-Americana em 1945 e foi subsidiada pela referida missão até 1983.

Raynard Arehart e alunas do IBN
Em 1936 o missionário presbiteriano norte-americano Raynard Arehart e sua esposa Frances Arehart chegaram ao Brasil. O Currículo do reverendo Raynard no Brasil inclui o trabalho missionário em Fortaleza, como evangelista; em Recife como diretor do Seminário Presbiteriano do Norte e professor do Colégio Agnes Erskine, em Garanhuns, como diretor do Colégio Evangélico Quinze de Novembro e também como diretor fundador do Instituto Bíblico do Norte.

Raynard e Frances Arehart sugeriram a missão presbiteriana que se criasse uma escola de treinamento de Bíblia para mulheres já que o Seminário Presbiteriano do Norte fundado desde 1899, só treinava homens.

A missão aceitou a sugestão e já estava estudando a possibilidade de criar a escola , quando em 1944, chega ao Brasil a Missionária Charlotte Alexander Taylor que era especializada em treinar obreiros. A vinda de Charlotte oportunizou a criação da escola.

A inauguração aconteceu em 02 de abril de 1945 na Capela do Colégio Evangélico Agnes Erskine, em Recife. A Escola passou a funcionar nas dependências do próprio Agnes, com oito alunas e sob a direção do Rev. Raynard Arehart e com o nome de ETBM (Escola de Treinamento Bíblico para Moças).

O grau de escolaridade das alunas era variado. Algumas tinham cursado o primário, outras o ginasial.

Além dos estudos da Bíblia e de instrumentos musicais, as moças trabalhavam nas igrejas e realizavam evangelização. A ETBM formou sua primeira turma em 1947.

Em 1949, A Sociedade de Senhoras da Igreja Presbiteriana dos EUA, doou a quantia de 45.000 dólares destinada  a aquisição de  terreno e à construção do prédio próprio da ETBM.

Depois de analisar várias opções, a missão presbiteriana decidiu que a Escola seria construída em Garanhuns-PE e umas das coisas que influenciou a decisão foi o fato de lá já está instalado o Colégio Evangélico XV de Novembro, o que facilitaria em termos de corpo docente.

Em 1952, a missão decide dar a ETBM o nome de Instituto Bíblico do Norte(IBN).


No dia primeiro de maio de 1955 inaugurou-se o prédio do IBN em Garanhuns, sob a direção do Reverendo Arehart. A capela do IBN é chamada de Capela Neville em homenagem ao Rev. William Neville , missionário norte-americano que supervisionou a construção do prédio. Rev. Neville já residia em Garanhuns há algum tempo onde  fundou o Orfanato Protestante(1928) e era professor do Colégio Evangélico XV de Novembro.

Ainda neste mesmo ano, introduz-se na escola um programa agrícola sob a responsabilidade do missionário agrônomo Charles Ansley. O programa agrícola é o que vai trazer os rapazes para o IBN. Os jovens trabalhavam no campo, aprendiam a plantar e depois ensinavam às técnicas às comunidades rurais onde moravam, além do que, com o trabalho pagavam a anuidade da escola.

Em 1959 a missão construiu o anfiteatro, na encosta da Colina a cem metros dos edifícios sede, para reuniões e eventos especiais. Neste mesmo ano, fundou-se a Escola Experimental, com três salas de aula, sob a direção de Aretuza Gueiros, visando atender às crianças menos favorecidas dos arredores da cidade. No final de semana, a Escola era usada para realização de cultos evangelísticos e também como centro de distribuição dos Alimentos recebidos do serviço mundial de igrejas, às famílias das crianças da Escola.

Em 1960, elevou-se o nível educacional dos alunos a serem admitidos. Passo-se a exigir o curso oficial de admissão. Caso o aluno não tivesse o Curso de Admissão, poderia fazê-lo no prazo de um ano, no próprio IBN. O exame de admissão era uma exigência para cursar o Ginasial e também para a Escola Normal Rural.

Em 1965 foi aprovado o Estatuto do IBN e a Administração da instituição ficou mais sob a responsabilidade do Conselho Deliberativo do que da missão. O Conselho Deliberativo é, atualmente, o órgão de direção superior do IBN, constituído por sete membros efetivos e sete suplentes, indicados pela Igreja Presbiteriana do Brasil, e pelos sínodos da região para exercerem mandato de 04 (quatro) anos.

Neste mesmo ano de 1965, houve uma alteração importante no Currículo. Ao invés da Escola Normal Rural, exige-se que os alunos estejam no Curso Pedagógico, em nível de segundo grau.

Em 1966, o IBN participou da Cruzada ABC com a responsabilidade da formação dos professores. A cruzada financiava as bolsas dos alunos que queriam se preparar para alfabetização de adultos. Neste período, houve um aumento importante no número de matrículas. Em 1968 o IBN matriculou 80 alunas. Muitas delas moravam no Colégio XV de Novembro, já que o IBN não dispunha de acomodações suficientes.

A Década de setenta foi de muitas dificuldades. Desde 1969 a cruzada ABC deixou de enviar bolsistas ao IBN, de forma que a grande parte do sustento financeiro continuaria  vindo da missão presbiteriana. Ao entrar a nova década a missão passou por uma crise financeira e cortou parte dos subsídios destinados ao IBN. Diante da situação, o Conselho Deliberativo discutiu com líderes da igreja e ex-alunos a possibilidade de fechar a instituição. A hipótese não foi admitida pelos líderes e o Conselho resolveu enfrentar a crise.

Em 1970, houve outra importante modificação no Currículo, admitiu-se que os alunos fazessem o Curso Científico Bíblico. A formação no IBN era casada com a do Colégio XV de Novembro: fazia-se o curso bíblico no IBN, e o curso cientifico ou o pedagógico no também evangélico Colégio XV de Novembro.

Em 1975 a viúva do reverendo Neville criou, nos Estados Unidos, o Fundo Escolar Hap Neville que financiava bolsas de estudo para o IBN.

Em 1976, parte da propriedade foi vendida e o dinheiro da transação foi investido em benefício do próprio IBN.

Em 1978, fundou-se o Instituto Bíblico Samuel Falcão(IBSF) como extensão das atividades do IBN. O Diretor do IBSF era o Reverendo Edjéce Martins e a Coordenação da Missionária Elisa Gonzáles Pierre. O IBSF tornou-se independente do IBN em 1980.

Devido ao agravamento da crise econômica da década de 80 e da ascensão da inflação os problemas financeiros do IBN se multiplicaram, além disso, muitos dos alunos vinham do nordeste assolado pela seca e só podiam pagar parte de suas despesas. As doações dos Estados Unidos e do Fundo Hap Neville ajudaram bastante a diminuir os problemas.

Em 1983, as propriedades , os terrenos e os edifícios do IBN foram transferidos da missão para o Conselho deliberativo do IBN que assumiu a maior da parte na responsabilidade do IBN cabendo-lhes fazer contato com instituições, a fim de conseguir cooperação financeira, buscar recursos humanos etc. Depois deste fato, a Igreja Presbiteriana do Brasil assumiu maior responsabilidade no sustento do IBN embora ainda continuassem a chegar verbas das igrejas dos EUA.

Missionários Americanos que ensinaram no IBN:
Alfreda Hinn
Anna Farr Pipkin
Charles Ansley
Charlotte Alexander Taylor
Douglas Barrick e Sheila Barrick
Elisa Gonzales Pierre (Elisa Goodson)
Estella Koroch
Frank Musick e Elizabeth Music
Farris McDaniel Godrum
James Chang
James Maner e Índia Maner
Julia Taylor
Mary Garland Taylor
Mary Sullivan
Margaret Morrison
Olin Coleman
Paul Coblentz e Adelia Coblentz
Raynard Arehart e Frances Arehart
Virgínia Gartrel
William Neville
Saiba mais sobre o IBN:


11 comentários:

  1. sempre ouvi falar do IBN, sempre fiquei encantado em conhecer, eu estudei no IBEl, mas o IBN esta de parabens, espero um dia fazer pelo menos o seminario no norte!!!

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  2. Estudei no IBN EM 1978 A 1980. Gostaria de trocar informações , experiencias com ex colegas deste mesmo período ou de outros.
    Deus abençoe,
    VALDÍVIO MIGUEL DA COSTA
    waldivio@gmail.com

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    1. Você lembra da escola onde os missionários iam todos os anos? Eu era aluna e provavelmente você fez parte de missões lá.

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  3. "Ele é poderoso para fazer INFINITAMENTE MAIS além daquilo que pedimos ou pensamos, segundo o poder que em nós opera,"
    Efésios 3:20

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  4. PQ FALTA A NOME DA IRMÃ VIRGÍNIA GARTRELL? PODERIA ME TIRAR ESSA DÚVIDA? AGRADEÇO,MISS, VÂNIA LÚCIA DE FRANÇA OLIVEIRA E REV. GESSÉ RIOS!

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  5. O ex-aluno Abimael Alves de Sousa, da turma de 1985 esta pedindo o histórico e o diploma do curso de educação cristã de missões, se possível enviar para o endereço RUA 36 lote 5 quadra 20 Jataí GO. Desde já agradecemos.

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    1. Thaís, você pode entrar em contato com o IBN através do site do próprio IBN .Pode também acessar a Comunidade do IBN no Facebook e falar com o Diretor Rev. Milton César.Abraços.

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  6. Este comentário foi removido pelo autor.

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    1. Joe Silva, maiores informações você poderá saber acessando o grupo do IBN no Facebook e contactando o Rev. Milton, atual diretor do IBN. Abraços.

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  7. Sementes de fé...dias preciosos

    Versículo: "E, lançando a semente, uns caíram à beira do caminho, e vieram as aves e a comeram; outros caíram em lugares pedregosos, onde não tinham muita terra; e logo brotaram, porque a terra era pouco funda; mas, nascendo o sol, queimaram-se, e, por não terem raiz, secaram-se. Outros caíram entre espinhos; e os espinhos cresceram e os sufocaram. Outros caíram em boa terra, e deram fruto, um a cem, outro a sessenta, outro a trinta." (Mateus 13:4-8)

    Lembro-me como se fosse hoje. Novembro chegava, e com ele, uma expectativa tão grande que preenchia o ar, como o perfume inebriante de um jardim florido. Era a época em que os missionários visitavam o Instituto Bíblico do Norte, transformando nossa escola em um lugar radiante. Eles não traziam apenas canções alegres e histórias bíblicas, mas algo muito mais profundo: sementes de fé. Cada música, cada brincadeira, cada história contada com marionetes era uma semente cuidadosamente plantada em nossos corações infantis. Eram sementes de amor, esperança e alegria, regadas com carinho e dedicação, que brotavam em nossos corações ávidos por conhecer a Deus. Aqueles dias preciosos, tão cheios de luz e fé, eram como um vislumbre do reino celestial aqui na terra. A expectativa era tão intensa que passávamos o ano inteiro esperando por aqueles momentos sagrados, ansiosos por mais daquela presença divina. Eram sementes que, anos depois, continuariam a brotar e a florescer em minha vida, me guiando e me confortando em todos os momentos.

    A vida cristã é uma jornada de crescimento contínuo, onde as sementes da fé são plantadas e cultivadas ao longo dos anos. Algumas sementes podem cair em solo árido e não vingar, enquanto outras florescem e produzem frutos abundantes. Mas, em cada fase do nosso crescimento espiritual, Deus está conosco, regando e protegendo as sementes da fé que foram plantadas em nossos corações.

    Devemos cultivar essas sementes com cuidado, alimentando-as com oração, estudo da Bíblia e comunhão com outros cristãos. Assim, as sementes da fé poderão brotar e produzir frutos abundantes em nossas vidas e na vida daqueles ao nosso redor.

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