sexta-feira, 6 de novembro de 2009

UZZAE CANUTO

O Professor Uzzae Canuto nasceu no dia 02 de Novembro de 1905, na cidade de Canhotinho, interior de Pernambuco. Ele era  filho de Manoel Canuto e Josefa Canuto.

Teve uma infância difícil em vista dos parcos recursos da família, porém foi um garoto muito vivo e criativo, que o fazia aproveitar, como poucos, das brincadeiras próprias da época. Entre elas tornou-se um exímio jogador de pião o qual dominava como ninguém e o fazia rodar no sentido inverso, pois era canhoto. Escrevia com a mão direita, mas as demais coisas as realizava com a mão esquerda.

Aprendeu a ler com 17 anos de idade e para sobreviver chegou a trabalhar como malabarista e equilibrista em um circo. Isso o fez ter habilidades manuais que impressionava a todos, até quando já de idade avançada. Não era incomum vê-lo na feira fazendo malabarismo com laranjas, ovos e garrafas para admiração de todos. Trabalhou também como fazedor de malas em Caruaru.

Com 20 anos fez o admissão e posteriormente foi estudar no Colégio XV de Novembro em Garanhuns/PE.  Neste educandário foi um atleta admirado, pois se destacou no salto em extensão e altura. Foi também goleiro na equipe de futebol.

Estudou no Seminário Presbiteriano do Norte, em Recife, onde formou-se pastor protestante presbiteriano.  Era um profundo admirador do grande orador, mestre e pastor Jerônimo Gueiros a quem procurava, na sua juventude, imitar na sua oratória e poder de argumentação.

Neste período, no Seminário, trabalhou em várias igrejas, fundou congregações e já se destacava como pregador de grande eloquência. Ao findar o Seminário fez seu curso de Filosofia e voltou para lecionar no Colégio XV de Novembro. Ensinou latim, matemática, português, história, geografia e trabalhos manuais.

Quem foi aluno de Uzzae Canuto não o esquece. Seus alunos lembram-se de suas exigências, austeridade, mas também de suas brincadeiras.
Gostava de impressionar os alunos no primeiro dia de aula dizendo: “Tenho três coisas para dizer para vocês: “primeiro: se me encontrarem na rua, por favor não me cumprimentem; segundo: se eu adoecer, por favor não me visitem; e terceiro: (a esta altura, os alunos já estavam surpresos e amedrontados) está todo mundo passado, se quiserem sair da sala é um favor que me fazem”. Mas,  quando encontrava os alunos na rua era o primeiro a tomar iniciativa de cumprimentá-los. 

Sua vida social foi marcada por suas atividades na política como vereador, presidente da câmara dos vereadores, secretário do prefeito Aloísio Pinto, presidente do Rotary, membro da Academia Garanhuense de Letras. Lecionou em vários colégios da cidade como o Colégio Estadual Prof. Jerônimo Gueiros, Colégio Municipal Pe. Agobar Valença, e a Faculdade de Formação de Professores, foi também diretor do internato masculino do Colégio XV de Novembro.

Foi poeta e Jornalista. Escreveu para o Norte Evangélico, períodico presbiteriano fundado pelo Pastor Jerônimo Gueiros. O Dicionário de pseudônimos de Jornalistas Pernambucanos nos informa que ela assinava seus trabalhos com o pseudônimo de UCA.

Sua inteligência invejável, espírito criativo, irrequieto, crítico, o fizeram desenvolver uma capacidade mental dirigida para a reflexão, pensamento filosófico, que aliados à sua dramaticidade o transformaram num  grande orador.

Uzzae gostava muito de flores. Na sua residência havia um lindo jardim, cuidado por ele mesmo. Gostava de mostrar as flores aos visitantes.

Uzzae tinha um comportamento excêntrico.  Era fácil encontrá-lo falando sozinho e quando surpreendido parecia não se importar e continuava a conversar com seus botões.  Muitas vezes, passeava pela cidade de carona nos carros de boi, e,  quando via os garotos jogando pião na rua, logo entrava na brincadeira e os meninos ficavam encantados com a habilidade que o professor  tinha com o brinquedo.

Como pastor, foi itinerante, dando assistência a várias igrejas das regiões circunvizinhas de Garanhuns, como Neves, Fama, Catonho, Inhumas, Cachoeira Dantas etc.

Ao lado de  Israel Furtado Gueiros, Prof. Ageu Vieira,  Francisco Gueiros e Antônio Carvalho participou do movimento fundamentalista presbiteriano em pernambuco.

A convite do pastor João Tenório de Moura de quem era muito amigo, sempre pregava na Igreja Batista Bíblica de Garanhuns, denominação que é um ramo fundamentalista da Igreja Batista tradicional.

Apesar de inserido no movimento fundamentalista presbiteriano, a amizade de Uzzae com o Bispo de Garanhuns , D. Adelino Dantas lhe rendeu a fama de ecumenista.

"Porém, houve também a integração entre líderes de sistemas religiosos antagônicos, se não no tocante as religiões, mas por injunção de afinidades e amizades. E é bem verdade que o Nordeste não conviveu somente com o clima de tensão que sugeria o confronto entre católicos e protestantes, mas até com a boa convivência dos contrários. Muitos exemplos surgem a cada dia, sendo identificadas até células ecumênicas em algumas regiões. Foi o caso da amizade que uniu D. José Adelino Dantas, seridoense da “Luíza” (hoje São Vicente) que, quando Bispo Diocesano de Garanhuns – PE, ao pastor protestante professor Uzzae – dois pastores de religiões “antagônicas” a disseminarem a fé em rebanho comum e em solo único."  http://seridoinsurgente.blogspot.com/

Sua esposa chamava-se Zilda. Zilda era paciente, meiga, fiel e  conselheira. Suportava seu temperamento irrequieto, crítico, excêntrico. O casal teve dois filhos: Emília e Manoel.

Sobre Uzzae, assim se expressa Alberto da Silva Rêgo: "Em toda comunidade sempre surgem pessoas que conseguem se tornar simpáticas, no meio social, independentemente do credo político, religioso ou esportivo. Trazem dentro de si, o espírito jovial, discutem sem exasperação. Faz parte do se comportamento moral o saber se conduzir na sociedade, além de procurar dar a sua contribuição em serviços, ao povo de sua terra. Uzzae é um destes. Múltiplo em suas atividades..."

Uzzae faleceu em 04 de novembro de 1995, aos 90 anos. No momento, aguardava seu filho Manuel Canuto para ditar algumas palavras de agradecimento que deveriam ser lidas durante o aniversário do Colégio XV de Novembro.

BIBLIOGRAFIA:

CANUTO, Sales Manoel: Uzzae Canuto “O Pião Do Paulinho Tombou...” Novembro de 1995

DICIONÁRIO DE PSEUDÔNIMOS DE JORNALISTAS PERNAMBUCANOS, Luiz do Nascimento [Recife: UFPE, Ed.Universitária, 1983].Índice de pseudônimos elaborado por Maria Falcão Soares da Cunha,com a orientação de Lúcia Gaspar, Bibliotecária da Fundação Joaquim

http://ipfb.blogspot.com/2008/09/fundamentalismo-em-pernambuco.html
http://seridoinsurgente.blogspot.com/: A  Religiosidade no Sertão Antigo
REGO, Alberto da Silva- Os Aldeões de Garanhuns- Coleção Tempo Municipal
, Recife, 1987.

domingo, 27 de setembro de 2009

História da Imprensa Presbiteriana em Garanhuns - EXPOSITOR

EXPOSITOR - Mensário Evangélico Presbiteriano -Estreou em Janeiro de 1914, obedecendo ao formato de 22 x 15, com 50 páginas de papel acetinado, e a capa em boa cartolina. Redator - W. M. Thompson; gerente - Pedro Chaves.
Redação e tipografia (comum ao Norte Evangelico) a rua Dr. Rosa e Silva, 31. Assinatura anual: em papel áspero - 3$000; em justificando o aparecimento do novo órgão, explicou o editorial de abertura: "Cremos que realmente há número suficiente de semanários, mas há, a nosso ver, uma lacuna que um jomal nao pode preencher e que pode ser satisfeita so por uma revista de pequeno formato. A materia do jomal e, mais ou menos, efêmera e de interesse local, mas quando contém artigos  valor e de interesse geral, a conservação destes se toma dificil por causa do tamanho do jomal. A revista, pelo contrário, não deve ter feição local, mas deve tratar de assuntos que interessem a toda a Igreja. Pelo seu tamanho se presta admiravelmente para encademação".
"Nas suas páginas serão apresentadas e desenvolvidas as grandes e gloriosas verdades do Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo". "Exporá e defenderá as doutrinas abraçadas por essa Igreja, mas respeitará as crenças das outras denominações evangélicas. Se for preciso discordar destas, será no espírito do amor."
"...interessar-se-á pela Escola Dominical, especialmente pela preparação de instrutores idoneos.
As "Liçoes Intemacionais" , preparadas pelo incansável obreiro, Rev. Antonio Almeida, digno pastor da Igreja Presbiteriana do Recife, encontrar-se-ão nas últimas vinte páginas de cada número".
A edição inseriu poesia e prosa de Jeronimo Gueiros; produções outras de H. de Gouveia, R. H. M., Carvalho da Silveira, Erasmo Braga, A. Almeida e Belmiro de Araujo Cesar; mais a tradução "O testemunho dos monumentos em prol da veracidade das escrituras", terminando com a "Escola
Dominincal".
Seguiu o magazine existencia regular, doutrinando e instruindo, atraves de artigos redacionais e dos colaboradores, inclusive Bezerra Lima, Jonatham. Americo C. de Meneses, Juventino Marinho, Henrique Ribeiro, Herculano de Gouveia, C. V. Costa, Servo Inutil, Domiciano Soares, Anibal Nora e Henrique Louro de Carvalho.
Contendo variavel quantidade de páginas, numeradas ininterruptamente, o Expositor atingiu o n° 12 em dezembro e ainda juntou o n° 1, ano II, de Janeiro de 1915, constituindo um volume de 650 páginas.
Começou nova numeração em fevereiro, para correr ate dezembro, quando encerrou o ano com 476
páginas. Desde então, fazia-se iniciar a numeraçao sempre no mes de Janeiro, formando cada volume doze edições, até dezembro, com os totais a seguir: 1916 - 456 paginas; 1917 - 536; 1918 -440; 1919-400; 1920-480; 1921-496; 1922-488; 1923-440; 1924-512; 1925-496; 1926-512; 1927-488; 1928-480; 1929-482; 1930-480; 1931-480; 1932-482; 1933-480; 1934-480.
Em Janeiro de 1935, a revista elevou o formato para 26 X 18, passando a sair com 20 paginas, numeradas por unidade, regime que durou dois anos, voltando a numeração corrida por 12 edições de igual volume, de modo a contarem-se, invariavelmente, 240 paginas em cada um, desde 1937 ate o ano de 1941. Em 1942 desceu para 232 páginas e em 1943 para 192, quantidade repetida em 1944. Ao começar 1945 reduziu-se o formato ao modelo pnmitivo, por conveniencia portátil, para o leitor conduzir a revista no bolso e lê-la "nos momentos desocupados". Mas cresceu em páginas, que somaram 384 ate o n °12, do mes de dezembro. Continuou em 1946, ate maio - o fim - com um total e 160 paginas, exclusive as da capa, esta em papel-cartolina de cor.
As funções de diretor e redator, concomitantemente, foram exercidas, ate a edição de fevereiro de 1930, por W. M. Thompson, entao substituido por W. G. Neville. Este ultimo ausentou-se do cabeçalho em julho de 1940, dai por diante figurando, apenas: Redatores - Diversos. Dois anos após, precisamente em julho de 1942, apareceu, na qualidade de redator, o nome de Ageu Vieira, so substituido em agosto de 1945, por Mendes Vieira, que permaneceu ate o fim.
A responsabilidade da publicação, desde Janeiro de 1945, transferiu-se a Casa Publicadora Norte Evangélico, sob a direção de W. G. Neville, que ja dirigia a empresa anterior, chamada Tipografia Norte Evangélico.
Desde quando cresceu de formato - 1935 - o Expositor tomara-se simplesmente "mensário evangelico". E estampou sugestiva ilustração na capa, representando um pórtico de templo, exemplar da Biblia Sagrada ao centro e textos transcritos nas colunas laterais. Desenho de Helcias Marinho, signficou uma "homenagem ao Dr W M. Thompson, que durante 21 anos foi a alma desta revista, havendo escrito, por 17 anos, as Lições para a Escola Dominical aqui publicada".
Retirada a legenda, a capa substituiu até a edição de abril de 1939, após o que ficou sendo confeccionada em caracteres tipograficos. O preço da assinatura anual so em Janeiro de 1939 subiu para 6$000. No ano seguinte, acrescentava-se: tres anos -15$000; numero avulso - 1$000. Novas alterações: a partir de fevereiro de 1941: ano - 8$000; tres anos - 20$000, de Janeiro de 1943 (em vigor o padrao Cruzeiro): Cr$ 10,00 e Cr$ 25,00, respectivamente; de agosto de 1945: ano - Cr$ 15,00 (sob registro - Cr$ 20,00); semestre - Cr$ 8,00, preço do exemplar -Cr$ 1,50.
Pelo tempo afora, a revista manteve o programa inicial. Aos colaboradores dos primeiros anos, outros se juntaram, substituindo-se e revezando-se (sempre presente Jeronimo Gueiros), a saber: Paulo Ernesto Valentim, Jose Gonçalves Ferreira, Raimundo A. da Silva, Geo E. Henderlite, Natanael Cortez, Ehirval Souto, Maria Isabel Marinho, Antonio Teixeira Gueiros, Benjamim L. A. Cesar, Samuel L. A. Cesar, Jose Martins, Ageu Silva, Josibias Marinho, Betuel Peixoto, Abel Castelo Branco, Oseas Gama, Olinda Siqueira, Abigail Braga, Tiago Lins, Domingos R. Ribeiro, Alfeu Oliveira, Agostinho de ampos, Heli Leitao, Joel Leitao, Sinesio Lira, Lidonio Almeida, Desde 1935, criaram-se as seguintes seções: "O cantinho das Crianças": redatora - Susan Cockrell; "Para os moços": redator - Davi Mendonça e auxiliar Antonio Almeida;
"Sociedades Auxiliadoras Femininas": redatora - Genoveva Marchant e auxiliares Nair Soares Lins e Noemi G. Silva; "Homelitica": a cargo de Samuel Falcao; "Verdades ilustradas"; "Comentario ao breve catecismo": versão de Juventino Marinho; "Manuel de Hermeneutica Sagrada", por A. Almeida; "Entre nós", coluna de Tio Bento, e "Noticias Mundiais". Os redatores eram, as vezes, substituidos; algumas seções não acompanharam a revista ate o fim.  Uma vez divulgada a edi^ao de maio de 1946 - nº5 do ano XXXIII - Expositor ficou suspensa, em virtude da necessidade de serem melhoradas as oficinas graficas. Não voltou, contudo, a publicar-se, vindo a ocorrer, tres anos depois, sua fusão com o Norte Evangelico (Biblioteca Publica do Estado).

BIBLIOGRAFIA

NASCIMENTO, Luiz do, História da Imprensa e Pernambuco, volume XVII- Editora Universitária UFPE

História da Imprensa Presbiteriana em Garanhuns - Norte Evangélico.

NORTE EVANGÉLICO - Órgão sucessor de O Século, o N°1, ano XV foi publicado em 22 de fevereiro de 1909 , em formato de 50x31, com quatro páginas a quatro colunas de 14 cíceros, anunciando tiragem de 2.000 exemplares.

O Diretor era o Reverendo Jeronimo Gueiros, o jornal era impresso em oficinas próprias, instaladas a rua Dr. Rosa e Silva, 38, onde funcionava tambem, a redação. Assinatura era mediante pagamento adiantado. Sempre apresentava, ao lado do título, um versículo da Bíblia.

Jerônimo Gueiros

O artigo de abertura fazia referência a "vida jornalística de 15 anos" e a  "uma fase nova, repleta das mais fagueiras esperanças". Também fazia referência "a acidentada e espinhosa senda percorrida, às dificuldades superadas, aos obstáculos removidos, as muralhas inimigas que foram escaladas e às vitorias alcançadas em prelios titanicos travados com os esquadrões belicosos da heterodoxia cristã e com as hostes temerosas do racionalismo anti-cristão", e concluía : "Anunciar a Cristo - e este crucificado - eis, pois, nossa missão principal".

O períódico apresentava  artigos da autoria de  S.F., Daniel Cesar, Benjamim Marinho, B. Cesar e Pedro Chaves Junior; soneto ("Escrinio de Letras"), de J.G.; as seções "Ecos de toda parte", "Correspondencia" e "No templo e no lar", alem de noticiário específico e anúncios.

Logo no segundo número  Jerônimo Gueiros vai enfrentar a campanha contra o Protestantismo, movida pelo monsenhor Afonso Pequeno  nas paginas do Jornal  O Sertão que começava a publicar-se na mesma época.

O Sertão começou a circular em fevereiro de 1909, teve a sua edição de estréia impressa na tipografia do Norte Evangélico e apresentava-se como um jornal cujo interesse era defender a coisa pública. Na sua publicação n° 3, um padre ( vigário da freguesia), publica um artigo intitulado "Ùnica Contradita", em resposta a uma nota que saiu no Norte Evangélico.

O pastor Jerônimo Gueiros responde através do Norte Evangélico, e também, usando a seção paga do próprio Jornal  O Sertão. Faz numa série de treze longos artigos, secundados por alguns do pastor Benjamim Marinho. Em seguida, o Vigário Monsenhor Afonso Pequeno dirige-se "Aos Protestantes de Garanhuns" e isso ocasiona nova e longa réplica do Rev. Jerônimo Gueiros.

Seguiu-se a circulação, semanal e regularmente, para, n° 22, de 24 de julho, reconsiderar a indicação inicial, passando a adotar: ano I.

Foram muitos os colaboradores, pelos anos a fora: Rodolfo Femandes (poesia), o mesmo Ronandes dos "Ensaios"; Antonio T. Gueiros, Raimundo A. Silva, Belmiro de Araujo César, A. Almeida, Ulisses de Melo, Oscar Wilson da Costa, Israel Brasiliense, Juventino Marinho, Jose Orton, Bezerra Lima, Cicero Barbosa Filho, de Manaus; Mattatias G. dos Santos, Ana Soares, J. Martins, Betuel E. Peixoto, Natanael Cortez, Mota Sobrinho, A. C. Montenegro, Jose Zaqueu. Mais, J. W. G., Aureliano Gonçalves Guerra, Domiciano Soares, Herculano de Gouveia, Alfeu de Oliveira, etc.;

Trazia também,  traduções e transcrições,  propaganda evangélica, notícias do movimento das igrejas locais e de outros municípios.

Ainda no primeiro ano e no segundo, novas séries de artigos do Pastor Jerônimo Gueiros repeliam criticas do Jornal  O Sertao e também da Tribuna Religiosa que era um òrgão da  arquidiocese de Olinda e Recife  que divulgava todas as questões e visões oficiais da Igreja Católica.

Em fevereiro de 1911, o redator passa a ser William. M.Thompson. Pedro Chaves se encarregava do trabalho da revisão. Em outubro, Jerônimo Gueiros é transferido para Natal, retira-se da direção do Jornal,  mas continua a colaborar.
William Thompson

Cada ano iniciava o Norte Evangélico numeração nova. Ao atingir o n° 51 de 1913, a 26 de dezembro, ficou suspensa a publicação. Reapareceu no dia 1 de Janeiro de 1916, com a indicação ano IX  (devia ser VII). Ao diretor William. M. Thompson, juntaram- se, na qualidade de redatores principais, Jerônimo Gueiros e Juventino Marinho. O  tesoureiro era  A. Almeida, nome que só figurou durante um ano.  

Sem mais interrupções, o jomal tornou-se trimestral do principio de 1919 ao fim de 1924, depois do que voltou a sair, novamente, uma vez por semana.

Em 1923 ocorreu outra modificaçao no corpo redacional, entraram Cicero Siqueira e Natanael Cortez, retirando-se J. Marinho. Mas este retomou em setembro de 1924, na qualidade de redator-responsável, ao lado de Thompson, tesoureiro, e Caetano Alves, gerente. Nesse período, a redação e oficinas transferiram-se para a rua General Dantas Barreto, 47. Com a edição de 1° de março de 1923,  torna-se Órgão oficial do Sínodo do Norte.
Jerônimo Gueiros sempre esteve presente, fosse ou não redator, com artigos, de quando em quando, doutrinários ou de polêmica, o que era comum, igualmente, a outros colaboradores ou através de editoriais.

No n°52, de 29 de dezembro de 1926, escreveu J. Marinho: "Na estrada do dever, durante o ano que ora termina, encontrou o Norte Evangelico inimigos formidáveis, mas, longe de parar em sua jomada e, ainda mais longe de retroceder, prosseguiu seu caminho, desfechando-lhe golpes mortais. Entre esses inimigos estava o gigante espiritismo a brandir sua espada de destruição contra as doutrinas básicas do Cristianismo. Outros inimigos, com seu cortejo de doutrinas heréticas, como o romanismo, teosofismo, sabatismo, pentecostismo, etc., não passaram despercebidos".

Diferentes colaboradores foram acrescentados, entre outros: Samuel Falcão, João Cunha Junior, Celso Lopes, Ageu Silva, Alcides Nogueira, Josibias Fialho Marinho, Jonathas Braga, Aureliano Gonçalves Guerra, Silva Mendes, Joel C. da Rocha, José Duarte, Domicio Barros, Bezerra Lima, Jose de Barros e Israel F. Gueiros.

Em 1928, edição de 11 de agosto se apresentou em formato tablóide de 32 x 23, com 48 páginas em papel acetinado e bastante ilustrada, comemorando o Jubileu do Presbiterianismo no Norte do Brasil.
Manteve o semanário o novo formato, saindo com oito páginas, colocada sob o título a divisa: "A tua palavra é uma lampada para os meus pés e uma luz para o meu caminho".

Em fevereiro de 1930 ocorre nova alteração no corpo redacional, com o afastamento de Juventino Marinho. Constou, apenas: Redatores - diversos. E assumiu a gerencia William. G. Neville. Voltou a publicar-se trimestralmente

No ano seguinte, teve o Norte Evangelico sua fase financeira mais angustiante. Os assinantes mostravam-se relapsos, sendo constantemente chamados a ordem, atraves de apelos, para que nao deixassem a empresa perecer. Dificilmente, chegou ao mês de setembro, dai pulando para 11 de dezembro, com apenas 24 números publicados nos doze meses. Mas, recomeçou a 27 de Janeiro de 1932, lendo-se no cabeçalho, a partir de 29 de fevereiro: "Orgão Presbiteriano do Norte".

A edição de 14 de maio, lançava o editorial "Nova fase" (destacada em tinta vermelha), em que dizia: "Deixando de ser órgão do Sínodo Setentrional, entrou esta folha em uma nova fase de existencia. Livre dos compromissos oficiais, está o Norte Evangelico, mais do que outrora, habilitado a consagrar-se aos interesses da propaganda evangélica em o Norte do Brasil".
Acentuou: "...respira ambiente mais livre no campo vasto dos alevantados ideais atinentes a evangelização nacional". Continuavam, todavia, abertas as sua colunas as noticias das igrejas e do movimento de suas associações.

No n° 1, de 1° de Janeiro de 1933 lia-se: "De todas as lutas pelas quais ha passado esta folha, a mais difícil, por ser a mais penosa, tem sido a luta pela vida, isto é, a luta financeira. Nesta luta esteve ele em perigo iminente de vida, antevendo mesmo um desfalecimento certo".

Surgiram outros colaboradore: Artur Souto, Joao da Terra, Otavio V. Costa, Antonio Reddo, Uzzae Canuto, Mendes Vieira, Paulo Sarmento, Julio Leitão de Melo, Elias Bezerra, Tiago A. Lins, J. M. S. com a seção "O nosso púlpito", que durou vários anos; Abel Siqueira, Meneses Wanderley, Jose Afonso Ferreira, Heli Leitão, mencionado, em 1937, como redator; Wilson Sousa, Agenor Raposo, Ageu Vieira, Oseas Gama, Almerinda Marinho Espíndola, Antonio F.Campos, Ebenezer Gueiros, Sinesio Lira, Benjamim Ferraz, Ismael Andrade, etc.

A edição de 21 de dezembro de 1934, contendo 24 páginas, foi dedicada ao Jubileu da Igreja Presbiteriana de João Pessoa/PB. Permanecendo inalteravel a circulação quinzenal, ao atingir 1940, precisamente a 15 de junho, duplicou o formato para 41 x 30, voltando ao primitivo regime de quatro páginas. Ainda adotaria o pequeno formato, o que se verificou quase cinco anos após. Em 1° de Janeiro de 1945, foi elevada para doze a quantidade de páginas.

A 1º de junho de 1942 aparecia, no cabeçalho, como redator, Ageu Vieira; mas, ao iniciar-1945, foi reduzido ao segundo cargo, elevando-se William. G. Neville a função de direção. E logo a 15 de fevereiro formava-se outro corpo redacional, constituido de Jerônimo Gueiros, A. Almeida, Joao Campos e  David A. de Mendonça, sendo editor Mendes Vieira.

Em 1946 foram  suspensas as publicações da empresa, a fim de proceder-se a instalação de "maquinismo modemo e numeroso". Ressurgiu a 1° de setembro de 1947, servindo-se de nova divisa: "Toda língua confesse que Jesus Cristo é o Senhor, para a glória de Deus pai" (Filip. 2:11). Passou a "Orgão Evangélico" e adotou formato diferente: 38 x 27, saindo com seis páginas. Mantido o corpo redacional, foi o editor substituido por David Mendonça.

Em 1 ° de novembro de 1949, uma circular da então constituida "Casa Publicadora Norte Evangélico" declarou haver se resolvido a fusão do Expositor (revista evangélica, suspensa havia tres anos) com o Norte Evangélico, que passa a adotar o formato pequeno, para sair com doze páginas , sempre quinzenalmente.
Prosseguiu a publicação, em 1950, com a devida regularidade, dividida a matéria em "Editoriais"; "Várias notas"; "Pela seara"; "Estudos biblicos", por A. Almeida; "Seçao Homilética", do professor Samuel Falcão, "Páginas oportunas"; Cantinho das crianças", sob a responsabilidade de Edla Gabriel de Oliveira; "Chispas", a cargo de Arnica Veritas: mais a colaboração especial de Jerônimo Gueiros, Oseas Gama, Antônio Teixeira Gueiros, Benjamim L. A Cesar, Washington M. Amorim, Cleanto Fialho Viana, Josibias Marinho, Domiciano Soares, Natanael Cortes, Ivan Tenorio, Guaraci Silveira, Harold L Propper, Pacifico Monteiro de Alencar, Alvaro Reis, Celso Lopes, etc.

A partir do n° 7, ano XLIV, de 1 de abril, acrescentou-se ao cabeçalho o sub-titulo: "Jomal para todos os membros de uma familia". Atingido o ano de 1951, modificou-se, no mês de março, o corpo redacional, tendo Langdon Henderlite assumido a função de diretor-responsável, ao passo que David A. de Mendonça era nomeado redator-chefe. Para a direção da Casa Publicadora entrou Robert C. Shane. Constava do expediente; "Orgão Presbiteriano Publicado pela Missão Presbiteriana no Norte do Brasil". Sem mais alterações, prolongou-se a existencia do Norte Evangélico ate o nº 18, ano XLV, de 15 de setembro de 1951, em parte dedicado ao jubileu ministerial do Professor Jeronimo Gueiros, ficando, então, suspenso, para reaparecer, em 1952, no Recife (Arquivo Edipress e Biblioteca Pública do Estado).

BIBLIOGRAFIA

NASCIMENTO, Luiz do, História da Imprensa de Pernambuco, volume XVII- Editora Universitária UFPE

História da Imprensa Presbiteriana em Garanhuns- O Século.

A história da imprensa evangélica em Garanhuns é a história da Imprensa Presbiteriana. A obra consultada, História da Imprensa de Pernambuco de autoria de Luiz Nascimento, abrange o período de 1821 a 1954 e não faz referência  a Órgão de Imprensa, em Garanhuns,  pertencente a outra denominação evangélica, neste espaço de tempo.
Trata-se basicamente do trabalho introduzido pelo Rev Jerônimo Gueiros no momento em que ele  sai de Natal/RG,  passa a morar em Garanhuns e traz a tipografia de O Século-  Jornal que ele dirigia no Rio Grande do Norte.
O Jornal O Século logo se funde com um períodico do Presbitério de Bahia e Sergipe e passa a denominar-se Norte Evangélico. Das Oficinas do Norte Evangélico saírão muitos outros períodicos, inclusive publicações de cunho informativo e não religioso.
Vamos dividir o assunto em vários artigos, para adequá-lo ao espaço e as espectativas cabíveis num blog.

O SÉCULO - Órgao Evangélico Presbiteriano - O n.01, ano XV, circulou no dia 1 de fevereiro de 1909, obedecendo ao formato de 48x31, com quatro páginas a quatro colunas de
14 cíceros,  com a frase biblica: "Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura". (Marc. 16:15). Diretor - Jerônimo Gueiros.  Redação e oficinas a rua Dr. Rosa e Silva, 38. A assinatura era anual e mediante pagamento adiantado.

Abriu o texto o editorial "Fase Nova", onde o Rev. Jerônimo Gueiros declara que : "circunstancias imprevistas" o obrigaram a deixar a capital do Rio Grande do Norte, onde servia como
pastor da Igreja Presbiteriana e diretor de O Século. Transferida a sua residencia, transportou, igualmente, para Garanhuns, a tipografia do jomal. Entretanto, "não mudou em nada o seu
programa: seguira sempre o mesmo rumo, defendera a mesma causa, erguendo o mesmo pendão".

O Jornal logo passou a denominar-se Norte Evangelico, "resultado da união de  O Século
com a Imprensa Evangélica,  períódico de propaganda evangélica do Presbitério da Bahia e Sergipe.
A edição, inseriu vasta matéria especifica, incluíndo produções assinadas por J. Marinho, Daniel Cesar, Cecilia Rodrigues e Belmiro Araujo.
Publicou-se o n° 2, a 6 de fevereiro, repleto de artigos e informações, terminando ai a atuação do periódico 

BIBLIOGRAFIA
NASCIMENTO, Luiz do, História da Imprensa e Pernambuco, volume XVII- Editora Universitária UFPE.