domingo, 2 de dezembro de 2012

A Revolução de 1930 e a Coluna Louca de Garanhuns

Rosilda Cavalcanti
Jornal A Província, 06 de fevereiro de 1930
A política do café-com-leite foi um acordo firmado entre as oligarquias estaduais e o governo federal durante a República Velha para que os presidentes da República fossem escolhidos entre os políticos de São Paulo- grande produtor de Café  e Minas Gerais-grande produtor de leite.

Teve início em 1898, no governo do paulista Manuel Ferraz de Campos Salles, e encerrou-se em 1930, com a chegada de Getúlio Vargas ao poder.

Em 1929 houve uma cisão estre as elites dos dois estados que acabou por levar ao fim a República Velha: Whashington Luis que era um presidente paulista optou por indicar para sua sucessão um outro paulista, Júlio Prestes

As oligarquias mineiras não gostaram e se aliaram aos gaúchos e lançaram a candidatura  do gaúcho Getúlio Vargas  à presidência e do Paraibano João Pessoa à vice-presidência.
Formaram o Partido da Aliança Liberal , em nome do qual seria feita a campanha, que ganhou ímpeto, e as caravanas liberais formadas por elementos mais jovens percorreram as principais cidades do nordeste.

Aproximaram-se as eleições e as caravanas partiam para as campanhas eleitorais. A tônica dos discursos era a critica arrasadora à plataforma de Júlio Prestes e aos atos de intolerância do Presidente Washington Luís.

Nem sempre as caravanas encontravam receptividade. Em Garanhuns, houve um tiroteio durante um comício da caravana do Deputado Federal Batista Luzardo.


Jornal A Província, Domingo, 2 de fevereiro de 1930

Júlio Prestes venceu as eleições, mas o resultado das eleições não foi bem aceito pela  oposição. Além disso, em 26 de Julho de 1930, João Pessoa, o candidato à Vice na chapa de Getúlio Vargas, foi assassinado em uma confeitaria, no Recife, por João Dantas, um de seus adversários políticos.

A morte de João Pessoa teve grande ressonância e  foi explorada politicamente. Estes acontecimentos desencandearam a Revolução de 1930, que estourou em 04 de Outubro.

O Comando geral do movimento ficou a cargo do general Goes Monteiro nascido em Alagoas, mas com uma carreira militar ligada ao Rio Grande do Sul onde firmou amizade com Getúlio Vargas.

No Nordeste, o movimento foi desfechado sob o comando de Juarez Távora. O centro das operações foi a Paraíba.

Em  Pernambuco, o povo ocupou prédios federais e um depósito de armas, além disso os ferroviários da Great Western entraram em greve. Temeroso, o governador Estácio Coimbra, aliado do presidente Washinton Luis , fugiu num rebocador,  para Barreiros.  No Rio Grande do Sul, em Minas, na Paraíba era o governo e a tropa que agiam, embora secundados por elementos civis. Em Pernambuco, o povo quase que por si só, com três ou quatro oficiais destemidos,  fez  a revolução.

As caravanas liberais se uniram às colunas tenentistas, uma espécie de desfile militar que os oficiais do exercito faziam por todo o país propagando a necessidade de reformas políticas e sociais. Em geral, o povo se colocava em oposição ou indiferente ao movimento, mas durante a revolução de trinta, os  liberais se associaram transitoriamente ao tenentismo, formando os tenentes civis.


A COLUNA LOUCA DE GARANHUNS:

Em Garanhuns, o Tenente Amâncio Nunes, do Tiro de Guerra 45, convocou seus atiradores e formou-se uma coluna de voluntários, sob o nome de Coluna Louca. As inscrições se faziam no paço municipal, na rua Santo Antonio, sede do Governo revolucionário.

Mario Sarmento Pereira de Lyra , um alagoano que chegou ainda jovem a Garanhuns, foi o lider revolucionário, ao lado de Fausto Lemos, José Gaspar da Silva, Mário Matos, Eurico Pontes de Lyra, Reynaldo Alves, Josafá Pereira, João Tude de Melo e muitos outros que foram aderindo e se tornando os chamados autênticos, ou seja Revolucionários da 1ª hora.

O deputado Souto Filho, chefe político local, aliado do Governador Estácio Coimbra, e o Prefeito Euclides Dourado ao saberem  que o governador abandonara o palácio resolveram  entregar o governo municipal de Garanhuns aos revolucionários representados por uma junta governativa composta por Mário Lyra, Fausto Lemos e José Gaspar da Silva.
Revista Vida Doméstica- RJ- Edição 188-  Ano: 1933
A Coluna foi crescendo e todas as noites na Praça João Pessoa aconteciam comícios  com discursos inflamados de Reynaldo Lins, Uzzae Canuto, Josemir Correia e de outros revolucionários. Tudo, ao som dos hinos de João Pessoa e da Aliança Liberal com a música do frevo do Clube Vassourinhas.

Toda essa agitação e também a chegada da Coluna liderada por Juracy Magalhães, tenente do exército nomeado interventor na Bahia por Getúlio Vargas,  fez de Garanhus o eixo central dos Revolucionários que demandavam por via terrestre ao Rio de Janeiro.

Juarez Távora, chefe Nacional da Revolução no Norte do Brasil, comissionava Mario Lyra no posto de Capitão da Revolução. E Lima Cavalcanti, interventor federal da Revolução em Pernambuco, nomeou   Mário Lyra interventor em Garanhuns.

Mário Lyra conduziu a Coluna Louca até Alagoas, mas o governador Álvaro Paes, ao saber das notícias que as colunas de revoltosos avançavam para o território alagoano,  fugiu rumo ao sul do país, antes mesmo da chegada dos revoltosos a Maceió, não se sabe ao certo se, numa barcaça ou num iate, mas, do mesmo modo que o governador pernambucano. Vago o cargo de governador de Alagoas, o Governo Federal ocupou-o com a indicação de interventores.

Os revolucionários de 30 tinham como objetivo comum impedir a posse de Júlio Prestes e derrubar o governo de Washington Luís. Além disso, havia os que queriam reformular o sistema político vigente, os tenentes que queriam reformas sociais e a centralização do poder, e também havia uma ala dissidente da velha oligarquia, que viu no movimento revolucionário um meio de aumentar seu poder pessoal.

Sob pressão das forças revolucionárias, o poder foi transmitido a Getúlio Vargas. Em 3 de novembro chegava ao fim a Primeira República e começava um novo período da história política brasileira, com Getúlio Vargas à frente do Governo Provisório. Era o início da Era Vargas

FONTES BIBLIOGRÁFICAS
VIEIRA, Alfredo- Garanhuns do meu tempo: memórias- Graf. Recife, 1981
COSTA, Rodrigo José da -Sob o signo do sangue: a trajetória republicana em Alagoas e a sinfonia da violência em tom maior (1930 – 1964);Anais do XXVI Simpósio Nacional de História – ANPUH • São Paulo, julho 2011 -http://www.snh2011.anpuh.org/resources/anais/14/1307304576_ARQUIVO_Capitulo1.pdf

quarta-feira, 25 de julho de 2012

DEVANEIO À SINHÁ

Belarmino Dourado, 1885

 
http://carlosterrafoto.blogspot.com.br/search/label/Flagrantes

Em ti é que eu penso, formosa criança
Nas noites de insônia, cismando ao luar.
Indago às estrelas, teu nome sorrindo,
E os astros dormindo,
Se escondem no Mar.

Em ti é que eu penso, sentido-me escravo
De teus lindos olhos, que bem lindos são...
Pergunto por ti às flores trementes.
E elas dormentes
Se inclinam no chão.

Porque não te vejo,criança, ao meu lado
Nas noites de insônia, cismando ao luar,
Tão loura, tão pura, de susto tremendo,
Em mim embebendo
Teu plácido olhar.

Debalde eu te busco. Qual doida miragem
Ah vejo-te sempre distante a correr...
Ó conta-me, virgem, que praga , que sina.
Foi esta, menina
De amar-te e sofrer?



BIBLIOGRAFIA:

RÊGO, Alberto da Silva- Os Aldeões de Garanhuns-Centro de Estudos de História Municipal-Recife, 1987.



sábado, 14 de julho de 2012

Belarmino Dourado


Acorda virgem, desenrola as tranças
Às brisas do abandono docemente...
Há tanto amor à luz das alvoradas!...
Exala tanto aroma a flor nascente!...

As horas vão tão breves quando uma alma
Vai noutra alma encontrar porções de vida
Palpitante de amor!
E a pálida açucena do regato
Na amena solidão tem mais encanto
Mais mimo, mais frescor!

Que doçura que tem o som que passa
Com as melodias do cantor alado!
Acorda! Vês? Já move suspirando
A brisa da manhã teu cortinado.

Vem, é linda a manhã; a sensitiva
Desperta docemente a luz serena
Do alvo amanhecer!
Maravilha de Deus, deixa o teu leito
Ah!! vem depressa que a ilusão me afaga
Ser nuncia do prazer.

Fonte: Almanack Litterario Alagoano das Senhoras- 1888 a 1889. (Poema de Belarmino Dourado-
Garanhuns-PE)
Foto: Pôr do Sol em Garanhuns de Elio Rocha.

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Ruas de Garanhuns

RUA CABO COBRINHA:  Bairro: Santo Antônio-Cep: 55293-310.
Homenagem a Antonio Pedro de Souza, Cabo da Força Pública do Estado de Pernambuco, conhecido como Cabo Cobrinha.  No episódio conhecido como Hecatombe de Garanhuns era o comandante da guarda.

Quando a cadeia foi invadida por cangaceiros que pretendiam assassinar os adversários políticos da família Brasileiro,  o Cabo Cobrinha informou a Vicentão, o chefe dos cangaceiros, que os cidadãos ali presos estavam sob sua proteção e garantia e que não os entregaria e somente com ele morto o grupo entraria na cadeia.

Vicentão disparou o rifle contra o cabo cobrinha atingindo-o mortalmente, mas foi também atingido por um tiro certeiro do fuzil do cabo disparado antes de cair agonizante.

Postos fora de combate o comandante da guarda e o cabeça do bando, o  tiroteio continuou. Os soldados resistiam valentemente revidando as descargas que vinham de fora. Mas, todos os refugiados na cadeia foram assassinados.

As vítimas foram: O Coronel Manoel Jardim, Francisco Veloso, Borba Junior, Argemiro Miranda, Julio Miranda, Luiz Gonzaga Jardim e Presciliano Josué. Morreram dois soldados, três cangaceiros, e muitos ficaram feridos gravemente.


O Cabo Cobrinha morreu aos 28 anos, em 15.01.1917.

Em sua homenagem foi criada, pela Câmara de vereadores, em dezembro de 2001, a medalha Cabo Cobrinha  destinada a galardoar policiais civis, militares, rodoviários federais, bombeiros militares ou militares do Exército, que tenham se destacado em ações meritórias mediantes serviços prestados à causa de segurança pública, da justiça ou pelos excepcionais trabalhos ou contribuição realizados em prol da sociedade do Município de Garanhuns

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Ruas de Garanhuns

PRACA SOUTO FILHO- Bairro: Heliópolis -Cep: 55295-400
Praça Souto Filho
Foto de Elio Rocha
O nome da praça é  uma homenagem a Antonio de Souto Filho. Nascido em 29 de agosto de 1885 na região conhecida por Mochila, hoje município de Brejão. Casado com Francisca Salgado Guedes Nogueira Souto. Jornalista, trabalhou na edição do primeiro jornal da cidade- Garanhuns, editado em 1905. Foi diretor do Jornal "O Sertão". Trabalhou em vários periódicos de Garanhuns. Bacharel em Direito.



Foi deputado estadual por duas legislatura-1916 a 1920/ 1922 a 1926. Foi eleito senador estadual em 1927. Eleito prefeito de Garanhuns em 1929, mas por conta da Revolucão de 1930, teve o mandato cassado.Voltou a política em 1934 como deputado estadual-1935 - 1938. Morreu de parada cardíaca em 19 de Junho de 1937.




Ruas de Garanhuns


AV. EUCLIDES DOURADO: Bairro: Heliópolis -Cep: 55295-610.




O nome da rua é uma homenagem a Euclides da Costa Dourado que iniciou as atividades na vida pública como Coletor Estadual, em 1912.  Foi eleito Sub-prefeito de Garanhuns em 1922. Assumiu a Prefeitura de Garanhuns em 1924 em virtude do falecimento do prefeito Luís Correia Brasil.
Em 1925 foi eleito prefeito e cumpriu todo o período executivo. Em 1929 estava como presidente do Conselho Municipal. Neste mesmo ano, voltou a exercer a direção do Executivo, em virtude da desistência do prefeito eleito Antônio Souto Filho.
Euclides foi destituido da prefeitura em razão da revolução de outubro de 1930.

Vista do Parque Euclides Dourado.
Foto de Elio Rocha
Na Av. Euclides Dourado encontra-se o Busto de Euclides , esculpido pelo artista Edson Paiva e doado pelo seu filho José Maria Dourado.

Parque Euclides Dourado
Foto de Elio Rocha
Também em sua homenagem o antigo Parque Municipal , o Parque dos Eucaliptos recebeu o seu nome.

domingo, 8 de julho de 2012

Ruas de Garanhuns II

Rosilda Cavalcanti

RUA BELARMINO DOURADO: Bairro: Heliópolis -Cep: 55297-000
O nome da rua é uma homenagem ao poeta, jornalista e teatrólogo Belarmino da Costa Dourado. Em 1887, publicou o livro de versos, "Névoas Sertanejas". Em 1903 organizou a Loja Maçonica Mensageiros do Bem.
Foi jornalista dos períodicos: " O Sertão" e  "O Jornal" Na qualidade de teatrólogo produziu muitas peças que foram encenadas em Garanhuns.
Foi Secretário do Conselho Municipal da Prefeitura de Garanhuns no período de 1912 a 1915. Na vida privada, era comerciante do ramo de cereais e estivas.
Era Casado com Ana Alexandrina Dourado. Um dos filhos do casal, Euclides Dourado, foi  prefeito de Garanhuns (1925 a 1929).
Belarmino Dourado é natural do municipio de Goiania, nasceu em 19.06.1855 e faleceu em Garanhuns 29.12.1919.

 
FONTES DE PESQUISA:
RÊGO, Alberto da Silva- Os Aldeões de Garanhuns-Centro de Estudos de História Municipal-Recife, 1987.
http://mensageirosdobem812.com/historia/

domingo, 24 de junho de 2012

sábado, 16 de junho de 2012

Ruas de Garanhuns


RUA ABDÊNAGO REVOREDO- Bairro: Dom Hélder Câmara-Cep: 55294-844:
Homenagem a Paulo Revoredo (nome artístico), locutor  da Rádio Difusora de Garanhuns, atual Rádio Jornal do Comèrcio.

RUA AFONSO NATÁRIO-  bairro da Boa Vista- Possivelmente  há um engano no nome. Trata-se de homenagem a  Alfonso Notaro, agrônomo,  e primeiro diretor do Aprendizado Agrícola de Garanhuns, em 1911, e um dos pioneiros da produção de flores em Garanhuns. Contribuiu para que a Suissa pernambucana ficasse famosa pelos seus copos-de-leite, cravos, amores-perfeitos, e se tornasse conhecida como a "cidade das flores". Alfonso introduziu o cultivo comercial de flores no Nordeste, em 1912. A convite do Governo do Pernambuco, montou um centro de pesquisa na cidade de Garanhuns, cultivando várias espécies de flores ornamentais, entre as quais, destacava-se a rosa.

RUA AGGEU VIEIRA- no Bairro de Heliópolis- Homenagem ao professor e  pastor  presbiteriano. Um dos redatores do Jornal o Norte Evangélico. Ao lado de  Israel Furtado Gueiros,  Francisco Gueiros e Antônio Carvalho participou do movimento fundamentalista presbiteriano em Pernambuco.

RUA ABÍLIO CAMILO VALENÇA: Bairro: Heliópolis -Cep: 55297-370.
Casado com Emília da MotaValença.  Seus filhos se destacaram na política e na educação em Garanhuns.

RUA EMILIA DA MOTA VALENÇA- Bairro: Heliópolis -Cep: 55296-650. Esposa de Abilio Valença.
O casal teve treze filhos, muitos dos quais foram homenageados com nomes de Rua em Garanhuns. Os homenageados são:

  1. AGOBAR VALENÇA -   Bairro: Severiano Moraes Filho/Cep: 55299-393- professor do Colégio Diocesano;
  2. RUA ALMIRA VALENÇA-Bairro: Heliópolis-Cep: 55297-265 -A Professora Almira da Mota Valença ensinou desenho e geometria nos Colegios Diocesano e Estadual Prof. Jerônimo Gueiros. Educadora por cerca de 50 anos. A "Dama da Educação" em nossa cidade, faleceu em 19 de janeiro de 1987.
  3. RUA ALODIA VALENÇA-Bairro: Boa Vista -Cep: 55291-090 .
  4. RUA ALCINAR DA MOTA VALENÇA-Bairro: Heliópolis -Cep: 55296-565.
  5. PRAÇA ADELMAR DA MOTA VALENÇA- Bairro de Santo Antônio: Homenagem ao Monsenhor Adelmar da Mota Valença, natural da fazenda Beira Mar, no município de Pesqueira .  O Monsenhor Adelmar  chegou em Garanhuns aos cinco anos de idade, em 1913. Fundou o Colégio do Arraial, que hoje tem o seu nome, e dirigiu o Colégio Diocesano durante 44 anos. Morreu em 22.08.2012 de problemas cardíacos.

Manchete do Correio Sete Colinas: Garanhuns para no adeus a Monsenhor Adelmar

TRV. AFONSO PEQUENO- Bairro São José: Homenagem ao Monsenhor Afonso Antero Pequeno - Nasceu em Icó, 24 de julho de 1871, filho de Antônio Teixeira Pequeno e Maria Antero Pequeno.
Aprendeu latim e francês com o tio Padre Francisco Ferreira Antero, com quem seguiu para Roma, afim de cursar o Colégio Pio Latino-Americano, da Companhia de Jesus. Bacharel em Ciências Filosóficas e Matemáticas pela Universidade Gregoriana.
Fez o curso teológico no seminário de Olinda e completou sua formação sacerdotal em Nova Friburgo (RJ), ordenando-se em 19/08/1894. Vice-reitor do Seminário da Sagrada Família, em Campos dos Goitacazes. Monsenhor, camareiro secreto de Sua Santidade o Papa Leão XIII e, depois, Prelado Doméstico. Radicou-se em Pernambuco, onde foi Professor e Vice-Reitor do Seminário de Olinda e idealizador da criação da Diocese de Garanhuns. Publicou: Notícia das Freguesias do Ceará visitadas pelo Padre José de Almeida Machado nos anos de 1805 e 1806, extraída de um livro de devassa que serviu na visita. (Revista do Instituto do Ceará, tomo 16).

Monsenhor Afonso Pequeno

No começo de l904, assumiu a paróquia  de Serra Talhada. Depois, tornou-se Prefeito de Serra Talhada
Faleceu em Garanhuns.

RUA ALOISIO SOUTO PINTO-Heliópolis -Cep: 55296-131- Aloisio era natural de Palmerina. Nasceu em 06.08.1914. Casado com Antonia Anita de Siqueira. Iniciou a carreira politica como vereador em Garanhuns e presidente da Câmara. Em 1959 foi eleito Prefeito e mais tarde tornou-se deputado estadual. Em sua homenagem há também o Bairro Aloisio Pinto, criado no governo de Amilcar Valença. Faleceu em 31 de dezembro de 1968.

AV. ALUIZIO ALVES DE MELO-Bairro: Francisco Simão dos Santos Figueira -Cep: 55291-750. Homenagem a Aluísio Alves, natural de Correntes-PE, era radialista e durante muitos anos comandou o programa Ronda Policial, pela Rádio Difusora de Garanhuns, atual Radio Jornal. Morreu de parada cardiaca, em dezembro de 2007, aos 61 anos.

http://blogdoeduardopeixoto.blogspot.com.br/2011/12/4-anos-sem-aluisio-alves-de-melo.html
PRACA SOUTO FILHO- homenagem a Antonio de Souto Filho. Nascido em 29 de agosto de 1885 na região conhecida por Mochila, hoje município de Brejão. Casado com Francisca Salgado Guedes Nogueira Souto. Jornalista, trabalhou na edição do primeiro jornal da cidade- GARANHUNS, editado em 1905. Foi diretor do Jornal O Sertao. trabalhou em vários periodicos de Garanhuns. Bacharel em Direito. Foi deputado estadual por duas legislatura-1916 a 1920./ 1922 a 1926. Foi eleito senador em 1927. Eleito prefeito de Garanhuns em 1929, mas por conta da Revolução de 1930, teve o mandato cassado.Voltou a política em 1934 como deputado estadual-1935 - 1938. Morreu de parada cardíaca em 19 de Junho de 1937.


RUA ANTÔNIO VAZ DA COSTA: Bairro: Dom Hélder Câmara -Cep: 55294-812
Provável homenagem ao empresário do ramo imobiliário Antônio Vaz da Costa Neto, nascido em 22.05.1931, proprietário do terreno do condomínio Bellevue em Garanhuns. Neto de Antônio Vaz da Costa, antigo proprietário do Sítio do Buraco, uma das regiões que faz parte da gênese de Garanhuns. O empresário faleceu em 04.07.2003.
 
AV ANTÔNIO GUEIROS:Bairro: Magano -Cep: 55294-500. Homenagem ao reverendo Antônio Texeira de Carvalho Silva Gueiros. Pastor da Igreja Presbiteriana Central  por quase 40 anos (1911 a 1951).
Antônio Gueiros
Fundou, em Pernambuco, as igrejas presbiterianas de Águas Belas, Bom Conselho, Salobro, São Bento do Una, Cachoeirinha, Lajedo, Palmerina,Inhumas, Cachoeira Dantas, Catonho, Fama, Neves, Geleso, Itacatu, Quipapá e Palmares. Além das igrejas de Pão de Açúcar, Mata Grande, Palmeira dos Índios e Quebrangulo em Alagoas.

Por seu trabalho missionário mereceu ser chamado pela Academia Pernambucana de Letras de " O Desbravador Evangélico do Sertão" .
Antonio Gueiros faleceu em 18 de fevereiro de 1951 aos oitenta anos de idade.

RUA AUGUSTO CALHEIROS: Bairro: Santo Antônio-Cep: 55293-170
 

Augusto Calheiros, cantor e compositor, nasceu em Maceió, AL, no dia 5/6/1891 e morreu no Rio de Janeiro no dia 11/1/1956.

Ainda garoto mudou-se para Garanhuns, onde trabalhou como dono de bar, fabricante de sapatos, hoteleiro, subdelegado e até carcereiro.
Era ponto permanente em todas as serestas de Garanhuns, houvesse luar ou não.
Em 1923 foi para Recife, PE, onde começa a cantar na recém inaugurada (17/10/1923) e segunda rádio transmissora brasileira, Rádio Clube de Pernambuco (PRAP).



Fonte:http://www.citltda.com/2011/01/campo-santo.html
Em 1926 faz parte da formação original do conjunto vocal Turunas da Mauricéia. O conjunto segue ao Rio de Janeiro em 1927. A partir de 1929, iniciou carreira solo cantando músicas sertanejas. Em 1936, cantou no filme Maria Bonita, da Sonoarte.
Ao todo gravou 80 discos 78 rpm com 154 músicas.  Foi denominado “A Patativa do Norte”. Seus maiores sucessos foram:  Único Amor;  Na Praia;Valsa da Saudade;Saudades do Rio Grande;Linda Cabocla;Teus Olhos Castanhos;Alma de Tupy;Céu do Brasil;Flor do Mato;Mané Fogueteiro; Fui à Bahia;
Falando ao Teu Retrato;  Flor do Sertão; Revivendo o Passado; Foi da Bahia; Como és Linda Sorrindo; Única Ventura; Minha Vida em Tuas Mãos;Ave Maria.
O seu túmulo em Garanhuns, no Campo Santo São Miguel é muito visitado. No epitáfio lê-se o seguinte: Augusto Calheiros: Se eu morrer nesta terra vejam no  peito a ferida, queiram levar para o norte, os restos mortais da minha vida”.
Abaixo a homenagem póstuma da Prefeitura de Garanhuns:
"Está feita a tua vontade Calheiros, aqui repousais eternamente na tua Garanhuns Hospitaleira”  

RUA BENIGNO LIRA-Bairro: Heliópolis-Cep: 55296-020:
Homenagem ao Cônego Benigno Pereira de Lira, de tradicional família alagoana,  padre jesuíta, Vigário da Paróquia de Garanhuns. Em 1915 fundou o Ginásio de Garanhuns, atual Colégio Diocesano. Médico, Poeta e Jornalista- redator chefe de "O Sertão",  jornal que circulou em Garanhuns de 1909 a 1931, sendo sucedido pelo  "O Monitor".  O Cônego foi assassinado por um morador de sua propriedade no município de Brejo da Madre de Deus, em 24.08.1941.
O padre Benigno Lira, durante a Hecatombe de Garanhuns em 1917, tentou, sem sucesso, conter a fúria dos pistoleiros.


Padre Benigno Lira
Acervo da Fundaj-http://digitalizacao.fundaj.gov.br/fundaj2/files/i/4318/2-FR-02896.jpg

RUA CIPRIANO MENEGELO-Bairro: Boa Vista- Cep: 55291-465
Provável homenagem a Cipriano Menegolo,  italiano,  empresário,   proprietário do Hotel Familiar  nos idos de 1950.Conhecido pela generosidade com as crianças do Instituto Bom Pastor e com os mais pobres para muitos dos quais construiu e doou casas de moradia.
Menegolo-Album de Rosilda Cavalcanti.
O Hotel Familiar localizava-se na Avenida Santo Antonio, ao lado direito da catedral de Santo Antonio. O prédio foi construído para ser a residência da família Grossi, uma família italiana que morava em Garanhuns, desde os idos de 1905. Foi a primeira sede do Colégio Santa Sofia e também do Colégio diocesano.
O Prédio do Hotel Familiar não mais existe. Em seu lugar estar localizado o Banco Bradesco.
    
RUA ERASMO VILELA- no Bairro S. José-Homenagem ao Professor Erasmo Bernadino Vilela. Por muitos anos, diretor do Colégio Estadual Prof. Jerônimo Gueiros. Foi presidente do Lions Clube de Garanhuns, membro da academia de Letras de Garanhuns, membro do Gremio Ruben Van der Linden, Diretor da Faculdade de Formação de Professores de Garanhuns.

Em 25 de novembro de 1958, quando o projeto apresentado à Assembléia do Estado pelo Deputado Estadual Epídio de Noronha Branco, lei nº 3.280, criou o município de São João, desmembrando-o do município de Garanhuns, o Governador do Estado da época, Cordeiro de Farias, nomeou o Professor Erasmo para prefeito do recém criado Município. Professor Erasmo faleceu no dia 03.04.1985 aos 53 anos de idade.













  


quarta-feira, 6 de junho de 2012

Nascentes do Rio Mundaú em Garanhuns

Nascente é o local onde se inicia um curso de água: um rio, um ribeirão, um córrego. É o lugar onde a água subterrânea flui naturalmente para a superfície. Muitos desses fluxos não cessam nem mesmo quando a estiagem é prolongada pois são constantemente alimentados pelas águas subterrâneas.

http://www.sosma.org.br/blog/?p=3508
As nascentes são consideradas Àreas de Preservação Permanente (APP). Ou seja, são áreas protegidas por lei,  por que  têm  funções ambientais de  preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade geológica, a biodiversidade,a fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas etc.

As florestas e demais formas de vegetação natural que estejam situadas ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água são também de preservação permanente.

No território de Garanhuns, estão as nascentes do Rio Mundaú: Vila Maria, Pau Pombo( Bairro Santo Antonio); Bom Pastor (Boa Vista) , Pau Amarelo(Liberdade-Heliópolis), Serra Branca( Magano) e São Vicente (Dom Helder Câmara)

Pescadores na Lagoa do Mundáu- AL
http://grazieladelalibera.wordpress.com/category/alagoas/
O Rio de domínio da União por que banha mais de um Estado da Federação: Alagoas e Pernambuco.  O Mundaú tem 4. 126 km² e banha  trinta municípios entre estes dois Estados e a sua Foz é na Lagoa do Mundáu em Alagoas.

Nos ambientes de nascentes existem residências, prédios comerciais, rodovia, etc. A ocupação das nascentes evoluiu gradativamente a medida que a população aumentou. Os Olhos dáguas foram drenados e alguns foram eliminados da paisagem através de aterramento. Mas esta não é uma peculiaridade de Garanhuns, acontece em muitos municípios brasileiros.

A apropriação da água  envolve questões que se referem  aos grandes usuários  como a indústria, agricultura, empresas concessionárias de saneamento, mas também, às pessoas comuns.

Muitas pessoas se apropriam das águas das nascentes como fonte de subsistência: as lavadeiras que usam para lavar roupa de ganho, os vendedores ambulantes de água. etc
Reservatório Pau-Pombo que abastecia a cidade em 1928. Atual Parque Ruben Van der Linden

As nascentes da Vila Maria e do Pau Pombo ficam no centro da Cidade. A nascente do Pau Amarelo fica no Bairro de Heliópolis. Nesses espaços, a população mais pobre se apropriou da água que brota livremente para transformá-la em meio de subsistência.

Já as nascentes de Serra Branca( mais ou menos a altura do bairro Magano) e São Vicente( a altura do atual bairro D. Helder Câmara), por serem de água mineral, se tornaram bens de proprietários fundiários que perceberam os benefícios de engarrafar a água e vendê-la.

Dessa forma, a água deixou de ser um bem natural que pertence a todos e passou  a ser um bem econômico, particular, que é comercializado.

Não é fácil encontrar mecanismos de preservação das nascentes que contemplem os diversos interesses de uso. Mas, preservar e recuperar as nascentes são ações necessárias , não somente por que é crime ambiental degradá-las, mas, por que a água, este bem natural, de existência limitada, é indispensável e insubstituível à manutenção da vida humana na terra.

BIBLIOGRAFIA:
SILVA, Alzenir- Apropriação e controle das águas:  Território e territorialidades no entorno de nascentes na cidade de Garanhuns/PE;Universidade Federal Rural de Pernambuco;
Revista da Cidade, edição de 1928, disponível digitalmente no site: Domínio Público

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Famílias que povoaram a região de Garanhuns

Os primeiros habitantes de Garanhuns, foram, provavelmente os índios da tribo Unhauhu (de corruptela Garanhu),  uma tribo de etnia Cariri que se estabeleceu na região. O primitivo nome da região era Campos dos Garanhu.

O mestre de Campo Nicolau Aranha Pacheco casado com Francisca de Sande obteve, em 29.12.1658,  do governo da Capitania de Pernambuco a Sesmaria dos Aranhas, que abrangia os atuais territórios de Garanhuns, Águas Belas, Buique, Pedra. etc.

Gabriel de Brito Cação, descobriu os Garanhu e por este motivo  recebeu da Familia Aranha, uma propriedade que foi chamada de Sítio do Buraco, na região de Garanhuns. 

Capitão Cosme de Brito Cação casado com Clara Aranha Pacheco, um dos proprietário de terras na Sesmaria dos Aranha;

Plano Diretor de Garanhuns


Antonio Garcia- foreiro dos Aranha Pacheco, fundador da Fazenda do Garcia, atual território de Garanhuns. A capela do curato de Garanhuns, atual igreja Matriz, foi erguida sob a égide de Santo Antonio, provavelmente em sua homenagem;

João da Rocha Vieira ums dos proprietários da Fazenda do Garcia,atual cidade de Garanhuns, localizada no território da Sesmaria dos Aranhas;

Ten. Cel. Manoel Ferreira de Azevedo casado com Simoa Gomes comprou a Fazenda do Garcia a João da Rocha Vieira em 23.06.1705;   

Miguel Coelho Gomes casado com Bartolesa Ferreira de Azevedo, filha de Simoa Gomes. Foram proprietários de terra na Fazenda do Garcia.

A Fazenda do Garcia deu origem aos Sítios: Olho D’agua, Brejo, Várzea, Cego, Quilombo do Magano, Guaribas(S.Vicente), Paulista e Columin;

José Felix de Amorim casado com Antonia do Nascimento neta de Simoa Gomes , eram proprietários do Sítio Olho D'agua, Paulista e Guaribas( S. Vicente). 

João Araújo de Oliveira  casado com Maria Teresa de Jesus, neta de Simoa Gomes eram proprietários dos sítios Brejo, Cego, Quilombo do Magano e Columin;  

Francisco Rodrigues de Melo casado com  Ana Maria dos Prazeres adquiriu o Sítio Olho D'agua em 01.09.1781;

Miguel Teles de Carvalho casado com Catarina Ferreira da Luz , eram proprietários do sítio Cego em 14.05.1773;

Francisco Teles de Carvalho casado com Quitéria Maria do Espirito Santo eram proprietários do Sítio Cego em meados de 1775;

Damião Cabral de Melo casado com Ana Maria Soares; Amaro Francisco Soares  casado com Adriana Maria de Jesus e Tomás Pereira da Silva se associaram para comprar o sitio Cego em 18.09.1775;

Joaquim Machado Dias  adquiriu o Sítio Cego em 08.10.1811;  

Felix Vieira da Costa e Ana Francisca da Rocha, adquiriram o Sítio Quilombo do Magano em 26.04.1773;

João Damasceno da Rocha e Francisca Ferreira de Azevedo, foram proprietários do Sítio Quilombo do Magano;

João da Silva Fonseca, adquiriu o Sítio Quilombo do Magano em  23.04.1814;

Domingos Ferreira dos Santos casado com Porcina Maria de Araújo, foram proprietários do Sítio Columin;


Alexandre Muniz de Melo casado com Rosa Benta Joaquina, uns dos proprietários do Sítio Columin

Bento Calado Freire, era proprietário do Sítio Columin em  08.04.1801;

Domingo Pereira de Moraes comprou a Gabriel de Brito Cação o Sítio do Buraco em 06.10.1710;


Antonio Vaz da Costa casado com Luiza Dantas Soares , adquiriu, em leilão, o Sítio do Buraco;

Capitão –comandante Joaquim Ferreira de Sá casado com Inácia Quitéria Xavier, foram proprietários do Sítio do Buraco;

Capitão Veríssimo Caetano de Amorim casado com Maria da Costa Soares também foram proprietários do Sítio do Buraco;

Francisco Rodrigues de Melo casado com Ana Maria dos Prazeres eram proprietários do Sítio do Buraco em 14.04.1781;


No território do Sítio do Buraco foram organizados os sítios: Cágados, Borges, Aração e Brejo das Flores.


Inácio da Rocha, tornou-se proprietário do Sítio Borges em 08.09.1784;

Manuel da Cruz Vilela casado com Maria Pereira Gonçalves- comprou o Sítio Sambaíba,   a dona Madalena Clara Pereira, esposa do Alferes Nicolau Aranha Pacheco e Albuquerque, em 20.11.1724. Neste Sítio surgiu o atual município de Brejão/PE.