quinta-feira, 28 de outubro de 2010

A Hecatombe de Garanhuns

Rosilda Cavalcanti 
Gazeta de Notícias, 22 de novembro de 1918

Antecedentes políticos:
Desde os anos de 1895 a ala política dominante em Garanhuns era liderada pela família Jardim. No início, pelo Dr. Luis Afonso de Oliveira Jardim . Depois da morte de Luiz Jardim, o seu irmão, o professor Manuel Jardim assumiu a liderança.

A ala opositora, inicialmente,  era liderada pelo Dr. Severiano do Rego Chaves Peixoto.

Neste período, o legistalivo denominava-se Conselho Municipal e era composto de 9 membros. O Executivo era formado por Prefeito e Subprefeito.  Todos com mandato de três anos.

O governo dos Jardins abrangia um grupo fechado, que tinha por base, os parentes, os aderentes e agregados com relações de dependência consanguínea, material e moral.

Luiz Jardim era acusado de muitos crimes e governou com mão de ferro a política garanhuense. Morreu em 1905,  dizem que de desgosto por haver sido indiciado num processo crime pelo Superior Tribunal de Justiça de Pernambuco.

Foi por determinação de Luiz Jardim que se construiu o "estado-maior" da cadeia pública de Garanhuns, a fim de poder deter legalmente seus adversários políticos que tinham postos na oficialidade da Guarda Nacional.

Manoel Jardim, porém,  era homem bom, cheio de escrúpulos. Entre 1895 e 1911 foi sempre eleito deputado estadual, sendo prefeito de Garanhuns por mais de uma vez. Homem honesto, quando da sua morte, deixou para os órfãos apenas a pensão que recebia do Estado como Professor.

Até meados de 1911 a oposição aos Jardins era quase inativa. Houve pleitos eleitorais em que a oposição sequer apresentou candidatos.

Mas, a partir de 1907, alguns acontecimentos marcaram o início do declínio do Jardinismo em Garanhuns.

O prefeito eleito no pleito de 1907, o Comendador Manoel Clemente da Costa Santos não fez uma boa administração e a maneira como se conduziu touxe prejuízos ao partido e concorreu para seu enfraquecimento. Faltando um ano para o término do mandato ele renunciou e assumiu, em seu lugar,  o subprefeito Manoel Quirino dos Santos, que concluiu o período de governo.

Mesmo assim, os Jardins triunfaram nas eleições de 1910 e elegeram o candidato Antonio Izaac de Macedo. Mas, este prefeito também renunciou o mandato pouco depois de assumir o cargo.

Em 1911, aconteceram novas eleições e os Jardins triunfaram novamente e elegendo para Prefeito o Coronel Argemiro Tavares de Miranda.

Argemiro Miranda realizou uma  boa administração mas também renunciou antes de concluir o mandato. A renúncia foi motivada pelo resultado das eleições do governo de Pernambuco. O grupo dos Jardins apoiava o general Rosa e Silva, mas o governador  eleito foi o general Dantas Barreto. Com a perda do apoio político de Rosa e Silva, Argemiro preferiu retirar-se da política.

Estes acontecimentos pioraram a crise do situacionismo e determinaram o declínio do Jardinismo em Garanhuns, dando lugar ao fortalecimento de outra ala que tinha a frente o Coronel Júlio Eutímio da Silva Brasileiro,  o qual venceu as eleições para prefeito em 1912.


Fonte: Diário de Pernambuco-21.06.2001- Crimes que abalaram Pernambuco
Júlio Brasileiro era um fidalgo rural, educado, fazia amigos com grandes facilidades, parecia contrário a violência, mas, tolerava os abusos e fazia vistas grossas aos excessos dos parentes e correligionários.  A sua liderança política era marcada pelo apoio e proteção aos amigos, ameaças aos indecisos e vacilantes, combate impiedoso aos adversários.
Júlio Brasileiro assumiu a liderança política em Garanhuns praticamente sem oposição. Mas, em meados de 1916, o prefeito de Garanhuns, Francisco Vieira dos Santos, rompeu com Júlio Brasileiro, e recebeu o apoio de Rocha Carvalho e de Borba Júnior, dois médicos de prestígio, além do apoio de comerciantes e industriais como Sátiro Ivo, Antonio Marques Café, Antonio Pereira dos Santos, Antonio Ivo, etc.

Os Jardins deram apoio aos dissidentes, organizaram a oposição, e apresentaram candidatos a cargos eletivos. (10.07.1916).  Sendo, Dr.  José da Rocha Carvalho para prefeito e Dr. Antonio Borba Júnior para Subprefeito.
Jornal do Recife, 19/03/1925
Jornal do Recife 18/01/1917


A ala dominante vendo na pessoa destes candidatos um perigo à vitória,  lançou para prefeito o seu próprio líder, o Coronel Julio Brasileiro que a esta altura era deputado estadual. O Coronel teve uma vitória retumbante, mas as eleições foram anuladas, por que no Diário de Pernambuco foi denunciado que o Coronel havia tirado títulos em duplicata para que os eleitores votassem mais de uma vez em seções diferentes. Novas eleições foram realizadas e apenas o Coronel Júlio Brasileiro concorreu. O Coronel não chegou a assumir  a prefeitura por que foi assassinado antes da contagem dos votos.

O assassinato do Cel. Júlio Brasileiro foi a causa da hecatombe que enlutou a cidade de Garanhuns.


Agostinho Jorge da Costa ( Jorge Vaz):
Proprietário Rural, inimigo da família Jardim, Jorge Vaz foi um dos que levou Luiz Jardim ao tribunal de justiça . Além disso, tinha no Foro uma questão de terras contra Francisco Veloso, cunhado dos Jardins. Com a morte do Coronel Brasileiro, Jorge Vaz previu a volta ao poder dos seus antigos inimigos.

Sales Vila Nova




Fonte: Diário de Pernambuco-21.06.2001- Crimes que abalaram Pernambuco.

Francisco Sales Vila Nova e Melo, natural de Bonito/PE,  chegou a Garanhuns em 1874, com dois anos de idade. Mais tarde, tornou-se Capitão da Guarda Nacional e ingressou na política, ocupando vários cargos públicos.

Era tido como homem pacato, mas, irrequieto. Não policiava o que dizia. Divulgava tudo, em sussuros ou mesmo às claras, nas esquinas,nos bilhares, nas mesas de bar. Era,  por índole um questionador nato, um homem do contra.
O Malho - Ed. 268- 1907

Envolvia-se em causas sociais beneficentes e foi o fundador da Sociedade mortuária em Garanhuns.

A sociedade mortuária  foi algo muito importante para os pobres. Em Garanhuns, os cadáveres de indigentes eram conduzidos para o cemitério em redes, giraus, ou mesmo arrastados por populares que  eram constrangidos pela  polícia para fazê-lo.

Escandalizado com o modo brutal da condução do cadáver de um preto velho, indigente, para o cemitério, Sales  reuniu alguns amigos e fundou a sociedade mortuária, em setembro de 1906.

Durante o Natal, Sales Vila Nova conseguia grande número de doações, armava uma árvore e destribuia presentes para as crianças pobres.

Generoso, fundou um abrigo para recolher os retirantes que fugiam periodicamente da seca.

Revoltado com as injustiças dos poderosos contra os fracos, denunciava, por meios de artigos publicados nos jornais da Capital , o abuso das autoridades constituídas, partissem de onde partissem os abusos. O Capitão assinava seus artigos com o pseudônimo de " O Inspetor".

Sales Vila Nova era correligionário do professor Manoel Jardim. Mas também, era compadre e amigo do Coronel Júlio Brasileiro.

Desentendimentos com a família Brasileiro
Os fato que vão desencandear os desentendimentos entre a família Brasileiro e o capitão Sales são protagonizados pelo comportamento de familiares do Deputado. Especialmente por Eutíquio Brasileiro, rapaz solteiro, moço e elegante, irmão mais novo do deputado Júlio Brasileiro. 

Eutíquio  morava em Palmares. Tudo indica que devido aos desregramentos do moço , a família o enviou para Garanhuns para estar sob as vistas do irmão mais velho a quem devia temor e respeito, pelo menos era isso que se supunha.

Também , moravam em Garanhuns dois sobrinhos do Coronel Julio Brasileiro: Álvaro Brasileiro Viana  e o Capitão Antonio  Pais da Silva Rosa Filho, este era subdelegado de polícia. Eram bem vistos em Garanhuns por serem  envolvidos com projetos culturais e de diversão.  Fundaram  a Arcádia Dramática,  o Núcleo Dramático e O Recreio Familiar Garanhuense. Mas, com a vinda do tio Eutíquio, passaram a ter atitudes reprováveis e faziam vistas grossas para os desmandos do tio.

O historiador  Mário Márcio de A Santos assim define Eutíquio Brasileiro: Eutíquio com um ardor nervoso, uma fúria juvenil, saboreava a vida por todos os poros. Uma roda contínua de divertimentos ocupava esses jovens - Eutíquio ,Antonio Rosa,  Alvaro Viana, Fausto Galo e mais uns poucos- ardentes e ousados. Davam prova de perfeita lucidez de espírito na esfera restrita de seus interesses. (...) Eutíquio, principalmente vivia pronto para trinchar o fruto suculento que o destino lhe oferecia - tão rico, tão livre, tão entregue aos seus instintos naturais...

O Capitão Sales Vila Nova censurava, através de artigos na imprensa, o subdelegado capitão Antonio Rosa por não estar cumprindo com o dever e não tomar nenhuma medida para coibir as irregularidades praticadas por Eutíquio,  Álvaro Viana e outros protegidos do Coronel.

As denúncias se referiam à surras, invasão de terras, recusa em pagar dívidas com ameaças e violência aos credores, sedução, corrupção do tribunal de júri, etc.

Contrariados com as acusações Eutíquio, Álvaro e Antonio Rosa intimaram o Capitão Sales a parar com aqueles artigos, sob pena de lhe aplicarem uma surra de cipó de boi que era o instrumento de castigo mais aviltante da época.

Não dando ouvidos, o Capitão Sales escreveu novo artigo, desta vez,  apelando para o Coronel Júlio Brasileiro a fim de que ele tomasse providências e responsabilizando-o por qualquer mal que lhe viesse acontecer.

No dia 12 de janeiro de 1917, ás 22 horas de uma sexta-feira, quando se dirigia para sua residência, na atual rua Cabo Cobrinha, o capitão foi agarrado e dominado por seis indivíduos mascarados que impiedosamente o surraram.

No domingo, o Capitão viajou com destino a Recife a fim de se encontrar com o Coronel Júlio Brasileiro. Encontrou-o no Café Chile junto ao Edifício do Diário de Pernambuco. De revólver em punho, aproximou-se e disparou vários tiros no Coronel e evadiu-se em seguida, tendo a fuga sido interceptada por populares e pela polícia que o conduziu para o quartel na rua do Imperador onde ficou detido com as regalias a que tinha direito por ser um Oficial da Guarda Nacional.

O Deputado, cambaleante, dirigiu-se ao Hotel Lusitano e caiu na calçada, falecendo poucos minutos depois.

Os envolvidos:

Da esquerda para direita: Argemiro de Miranda, Sátiro Ivo, Francisco Veloso,Antonio Borba, Júlio de Miranda e Luiz Gonzaga Jardim
Na segunda-feira, pela manhã a família Brasileiro recebeu o telegrama que comunicava  a morte de Julio.  A viúva, Ana Duperon  declarou que não derramaria uma só lágrima pelo seu marido enquanto não fosse vingada a sua morte.

Os membros da família Brasileiro colocaram a idéia fixa de que o Capitão teria sido um instrumento dos adversários do chefe da família,  pois,  pacato do jeito que era, jamais cometeria um ato daqueles, mesmo tendo levado uma surra.

Telegrafaram, então, para Alfredo Brasileiro (Doca Viana), um irmão de Álvaro Viana que morava em Brejão na fazenda do Deputado e pediram que ele viesse acompanhado de homens armados. Reuniram ainda, vários desordeiros e capangas que armados de rifles se dirigiram a casa comercial dos irmãos Julio e Argemiro Tavares de Miranda, que avisados, fecharam o estabelecimento e se esconderam. Os atacantes fizeram vários disparos nas portas do estabelecimento. Dali, partiram em direção a casa comercial do Major Sátiro Ivo da Silva que fechou as portas e ficou lá dentro. Gritando palavras injuriosas e de baixo calão, os meliantes convidavam Satiro Ivo a sair para a rua.

Jornal do Recife- 17/01/1917

José Lins Cavalcanti, primo de Álvaro Viana e guarda-livros da firma comercial de Sátiro Ivo, chegando ali, convenceu-os de que o Major havia fugido pela porta traseira juntamente com os empregados.  A horda dali se retirou e dirigiu-se para a casa do médico Dr. Borba Júnior. O médico é agredido na cabeça com uma caçarola pelo cangaceiro Joaquim Paidégua e sangrando, é levado para a cadeia pública , tudo  sob a liderança do sub delegado Antonio Rosa.

O Major Sátiro Ivo envia um emissário com um cartão endereçado ao Tenente Antonio de Pádua Pimentel Meira Lima , delegado de polícia do Município pedindo garantia de vida. O Tenente responde não lhe ser possível dar qualquer garantia de vida a Sátiro Ivo, pois era muito reduzido o número de soldados dodestacamento, nada podendo fazer contra "aquela cabroeira" julgando aconselhável que ele fugisse ou se escondesse em lugar seguro.


Sátiro Ivo resolve se esconder na residência de sua mãe num local onde havia muito cilos que armazenavam Cereais. Um esconderijo que em último caso serviria de boa trincheira.

O delegado depois de receber o cartão de Sátiro Ivo dirige-se a residência da viuva do Coronel Brasileiro, lá encontra o Juiz de Direito da Comarca Dr. José Pedro de Abreu e Lima e também Antonio Padilha, um oficial reformado e amigo íntimo da família que,  persuadidos ou não, acabavam de consertar com a família do morto os planos para a vingança.

Exposto o plano ao tenente- delegado ele não quis concordar porém ante os meios de persuassão apresentados pelos presentes acabou concordando e tratou logo de pô-lo em execução.

O Plano:

Cadeia de Garanhuns

Dada a dificuldade de serem assassinados todos que a família brasileiro desejava, por se haverem escondido; Além disso, havia pouco tempo, pois o trem deveria trazer um reforço de soldados.
O plano era que o delegado deveria aconselhar às famílias das vítimas que se recolhessem á cadeia pública, assumindo ele a responsabilidade de garantir-lhes a vida, e com a chegada do reforço, tudo se acalmaria e os garantidos poderiam regressar incólumes ás suas residências.
Porém, quando todos lá estivessem a cadeia seria atacada sem defesa, pois, imaginavam eles, que a guarda composta apenas de quatro soldados e um cabo, intimados por um número muito maior de cangaceiros, se renderia facilmente. O tenente, além disso, deveria tirar grande parte de munição da cadeia para enfraquecer a guarda, no caso de qualquer resistencia por parte dela.
O Tenente foi até a cadeia, retirou a munição e avisou ao Cabo comandante da guarda que desse valimento a todos aqueles que o procurassem e os recolhesse a prisão, porém, sem armas.
Em seguida, procurou o Português Manoel Bento Dantas,  que escondia em sua residência os irmãos Tavares de Miranda , e o convenceu de que os Mirandas estariam mais seguros na cadeia e  que tirá-los de sua residencia seria uma maneira de garantir sua própria segurança e da sua família.
Posteriormente,  o delegado convenceu ao professor Manoel Jardim e ao Tenente-coronel Francisco Veloso da Silveira, por sinal, seus cunhados a se refugiarem na cadeia, e persuadiu a esposa do Major Sátiro Ivo a convencer o marido a sair de seu esconderijo tão seguro.
 Recolhidos todos a cadeia , o Tenente Meira-Lima havia desempenhado a contento a sua parte nas traiçoeiras maquinações.

Ironicamente, ficaram todos presos no quarto resevado ao "estado-maior" construído por Luiz Jardim. Lugar destinado a manter legalmente seus adversários políticos.
O Padre Benigno Lira empregou  todos os seus esforços como sacerdote e como amigo da família, no sentido de evitar a catástrofe.
Alguns familiares do Coronel até já haviam prometido ao Padre que não executariam a terrível vingança e tudo indica que estavam inclinados a cumprir a promessa.
Mas, estimulados por Agostinho Jorge da Costa (Jorge Vaz), amigo da família que  acompanhado de um grupo de oito ou  nove cangaceiros colocou-se á disposição da família, resolveram, então dar seguimento ao terrível plano. 

Padre Benigno Lira
Padilha, um tenente reformado encarregou-se da estratégia para invadir a cadeia e o Cangaceiro Vicentão assumiu o comando do Bando. A recomendação é que somente quando se esgotassem os meios suasórios para rendição da guarda é que se deveria abrir fogo, e que não deveriua escapar nenhum daqueles indicados para a vingança.

O grupo, composto de 23 cangaceiros, incluindo o tenente Padilha, partindo da residencia da viúva,  dirigiu-se a cadeia. Conforme instruções, Vicentão dirigiu-se ao comandante da Guarda dizendo que nada tinha contra a polícia e que se retirasse com seus soldados pois de outro modo, os atacaria.

O Cabo Cobrinha e a guarda:

O comandante da guarda -Cabo Antonio Pedro de Souza, apelidado Cabo cobrinha , falou a Vicentão que os cidadãos ali presos estavam sob sua proteção e garantia e que não os entregaria e somente com ele morto o grupo entraria na cadeia.

Vicentão teria argumentado que Cobrinha e os demais soldados eram moços de futuro, pais de família que precisavam criar suas famílias e que, portanto, abandonassem a prisão.

O cabo Cobrinha teria respondido que acima de tudo estavam cumprindo com seu dever e que portanto, os cangaceiros ali só entrariam se passassem por cima do seu cadáver.

Vicentão disparou o rifle contra o cabo cobrinha atingindo-o mortalmente, mas foi também atingido por um tiro certeiro do fuzil do cabo disparado antes de cair agonizante.

Postos fora de combate o comandante da guarda e o cabeça do bando, o tenente Padilha assumiu a direção do ataque.  O tiroteio continua. Os soldados resistiam valentemente revidando as descargas que vinham de fora.

O MASSACRE:

O quarto onde se encontravam aqueles que aceitaram confiantemente as garantias oferecidas pelo delegado tinha uma janela muito alta, na parte traseira,  para melhor arejamento do recinto. O carcereiro da cadeia José Rodrigues de Freitas (Dudé) forneceu uma escada aos malfeitores para que conseguissem alcançar a janela.

Os recolhidos estavam armados de pistola e revolveres que seus familiares haviam fornecido escondidos dentro de guardanapos nas bandejas de lanche e de refeição.

Um ex-soldado apelidado de Cuju, pela janela , foi o primeiro a alvejar cidadãos que estavam dentro do quarto, houve revide.


Vencidos os soldados que ofereciam resistencia, os sicários entraram na cadeia e iniciou-se a tentativa de derrubar a porta do quarto. Por alguns instantes os que estavam no interior, contiveram a invasão, mas por falta de munição a resistência se esgotou.  A invasão aconteceu e iniciou-se a chacina.

Tiros a queima-roupa, apunhalamentos, esmagamento de crânios, sauqes, decepações de dedos para serem retirados os anéis etc.

Argemiro Miranda, logo que a porta cedeu , saltou no meio da sala  onde apanhou uma arma abandonada  e  tentou vender caro sua vida ou sair dali, mas, ao chegar a porta da cadeia, foi atingido por uma descarga no peito.

Um filho, ainda criança que havia se aproximado da cadeia, ao ver o pai correu para ele, abraçando-o e ficando ao seu lado até a remoção do cadáver.

Luiz Gonzaga Jardim, um jovem que tinha ido ao recinto confortar o tio Manuel Jardim , foi miseravelmente e vagarosamente sangrado , aos gritos de mate-me logo , pelo amor de Deus.

Morreram os soldados Ezequiel Cabral de Souza, Francisco Maciel Pinto, Manoel João de Oliveira e Pedro Antonio Dias.

Consumada a hecatombe com a morte dos recolhidos , cinco praças,  e sete ou oito cangaceiros, chegam a cadeia os três sobrinhos e o irmão do Coronel Júlio Brasileiro.

Antonio Rosa deu ordens para ficar uma guarda de cangaceiros na cadeia, mandou por em liberdade dois detentos um dos quais  Zé de Nanquincha  que tinha do cárcere comum, ajudado no ataque e providenciou que os cangaceiros feridos fossem transportados para a casa da viúvaa fim de receberem os primeiros curativos feitos por José Correia da Rocha.

Dirigiram-se a casa da viúva para dar conta da nefanda missão. Álvaro Viana disse a tia: "Pronto, tia, agora pode chorar a morte de tio Julio, pois já foi bem vingada". E dirigindo-se os quatro para a sala de jantar , juntamente com alguns cangaceiros, comeram beberam e dançaram.
Jornal do Recife- 17/01/1917

Pouco tempo depois, chegou o trem , trazendo vinte e duas praças sob o comando do  então Tenente Teófanes Torres que se hospedou na residência do Tenente Meira Lima e os praças montaram guarda na frente da residência.

O Tenente Theofanes chamou Antonio Rosa e o atendeu debruçado em uma das janelas da casa. Conversou durante algum tempo com ele, ficou ciente dos fatos ocorridos e determinou que, durante a noite, mandasse retirar os cadávers da cadeia para a igreja, entregasse os corpos das vítimas as respectivas famílias, despitasse todos os cangaceiros remanescentes e que fizesse sair os feridos da casa da viúva brasileiro, pois no dia seguinte, iria proceder contra quem quer que fosse culpado.

Jornal do Recife- 17/01/1917


No outro dia, em um dos corredores da igreja Matriz, estavam estendidos, onze cadáveres. Soldados e cangaceiros que haviam sido transportados até ali numa carroça de lixo e foram conduzidos na mesma carroça até o cemitério onde foram enterrados em vala comum.

Os outros, em número de sete,  foram enterrados pelos seus familiares.

O Inquérito:
O Inquérito foi instalado pelo Juiz de Direito da Comarca de Nazaré da Mata, José Ribeiro Pessoa, nomeado pelo Governado do Estado. participaram da Comissão o bacharel Severino Tavares Pregana  promotor de Palmares e João Raul Nunes de Melo, escrivão de polícia da Capital.

José Correia da Rocha morreu na Casa de Detenção do Recife, por ter feito, na casa da viúva brasileiro, os primeiros curativos em cangaceiros feridos;

Doca Viana, também morreu na casa de detenção do Recife, por ter trazido da fazenda do tio , quatro cangaceiros, embora ele mesmo, não tenha participado da chacina;

O Capitão Eutychio da Silva Brasileiro por ser oficial da Guarda Nacional foi recolhido ao estado -maior do 2º Corpo de Polícia.

Álvaro Viana conseguiu provar sua inocência e foi posto em liberdade;

A Viúva Ana Duperon safou-se. Antonio Rosa foi considerado culpado, mas, foragiu-se;

Joaqui Pai dÉgua e outros reles cangaceiros foram considerados culpados e foram parar na prisão.
Cuju, resistiu a prisão e foi morto nas proximidades de Itacatu, por uma descarga de fuzil;

Jorge Vaz, foi morto a tiros em 23 de janeiro de 1918 por um desafeto.

Francisco Sales Vila Nova foi absolvido.

A Hecatombe reflete um aspecto da história do Coronelismo no Brasil, um período de práticas autoritárias e violentas comandadas pelos coronéis. Marca, em Garanhuns, o fim do poder político dos Jardins e dos seus opositores, os Brasileiros.

É possível perceber neste episódio como as camadas mais populares são levadas a  se submeter aos desígnios dos poderosos: foram os serviçais dos poderosos que atacaram a cadeia, e foram os soldados subalternos que a defenderam. Cangaceiros e soldados leais a ponto de sacrificarem suas vidas.

BIBLIOGRAFIA:
CAVALCANTI, Alfredo Leite, História de Garanhuns, 2ª edição, biblioteca pernambucana de história municipal,18, Centro de Estudos de História Municipal, 1997, Recife-PE;
SANTOS, Mário Márcio de Almeida, Anatomia de uma tragédia: a hecatombe de Garanhuns-Recife, CEPE 1992.

47 comentários:

  1. Desse tempo para cá o nordeste evoluiu em matéria de violência e vingança. A dúvida é se para melhor ou pior!

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    1. como diz a historia ,,esta certissima ,,com certeza usaram o capitão sales para fazer essas desgraceira toda ,,,,,,é evidente temos provas

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  2. Muito interessante saber sobre os acontecimentos passados da minha cidade, e principalmente da minha família, parabéns pela matéria. Bruno Brasileiro.

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  3. seria interessante uma matéria q envolvesse fotos desses lugares citados, só que fotos recentes, que é pra gente saber onde fica todos esse lugares tão importantes da cidade. ex: a cadeia pública como ela está e se ainda existe. ainda colocar fotos das pessoas decendentes. ex: esse rapaz que se díz decendente de júlio brasileiro. seria muito boa conhecer essas pessoas.

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    1. Não existe mais essa cadeia, hoje é a loja da empresa compensa e, ao lado fica o bar de Cícero. Abs!

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  4. Parabéns pela matéria, faço um trabalho sobre a história política desta cidade e este foi um dos poucos blogs que me trouxe um matéria concreta com referências. Que apresentou conteúdo e clareza nas informações, se for possivel gostaria de saber cm vc teve acesso a esse matérial e se ele esta disponível na internet, ou só encontro no Centro de Estudos de História Municipal, 1997, Recife-PE. Se for possível me de um retorno, desde já agradeço se puderes m ajudar.

    Att Joyce Cardoso (joycecarddoso@hotmail.com)

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  5. Joyce já respondi através do teu email. Obrigada.
    Rosilda.

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  6. Parabéns pelo excelente trabalho. Sou autor do livro Os Sitiados - A Hecatombe de Garanhuns, fico feliz quando outras pessoas buscam divulgar a nossa História, tão esquecida pelos orgãos culturais da cidade. Desejo que continue realizando esse trabalho tão importante para que a juventude conheça os fatos históricos mais importantes de Garanhuns. José Cláudio Gonçalves de Lima.

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  7. José Claudio, fiquei honrada demais com teu comentário.Excelente, teu livro. Como faço para me comunicar contigo? meu email: rosildacavalcanti@hotmail.com
    Obrigada. Abraços.

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  8. Bruno Brasileiro, obrigada por sua visita.
    Abraços.

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  9. Sou neto do Capitão Sales Vila Nova, agradeço aos que fizeram essa reportagem sobre a hecatombe de Garanhuns,no que diz respeito ao meu avô, como uma pessoa boa de personalidade forte e carater,ao contrário de algumas publicações,que ferem a sua honra.

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  10. garanhuns perdeu muinto com essa chassina,naquele tempo tiamos politicos de verdade que amavam nossa cidade.

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  11. ótimo, um fato tão impotante na hisória de Garanhuns deveria constar como conteúdo a ser vivenciado em nossas escolas da rede municipal de ensino, para que as novas gerações conheçam e preservem tais memorias

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  12. ROSILDA, SOU BISNETA DE EDWIRGENS DE SOUZA VILA NOVA E NETA DE ANA MARIA VILA NOVA E FILHA DE MARIA JOSE VILA NOVA, COMO MINHA MAE FOI DEIXADA PARA SER CRIADA COM A AVO , ENUNCA TEVE NOTICIAS DA FAMILIA GOSTARIA DE SABER SE TEM ALGUM PARENTE DELA AQUI POIS SOU DE S.PAULO E MORO ATUALMENTE EM GARANHUNS .OBG.

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  13. Procuramos outros familiares do Sr Antonio Marques Café, citado no texto acima, minha avó nasceu nesta cidade no ano de 1924, e relata ser da familia de Chico Café, e até onde ela relata, fugiu para se casar . Se alguém tiver algum parentesco com este sobrenome por favor entre em contato comigo obrigada. fabricia.

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  14. Sou da família de Luis jardim e Manoel jardim, meus avos fugiram
    com meu pai e tios, para não morrerem, gosta muito de ver história
    da família e sei que ainda tem parentes ai em garanhuns.


    Meu nome é Audemaro jardim caldas filho.

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  15. eu gostei muito de ler essa historia sobre Garanhuns aecatomb...pois eu já avia escutado contada pele minha mãe Ivone sales vila nova ela era natural de garanhus nascida em 1939...e...falecida...em 19,07,de 2012 o meu muito obrigado pois hoje eu sei que toda a historia que ela contava era verdadeira
    pois ela era filha de Aguinaldo sales vila nova




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    1. Que bom que você gostou de ler a história. A história que sua mãe contava era verdadeira, sim. Obrigada pela visita ao nosso blog.

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  16. oi eu também gostei de saber a estória da hecatombe de garanhus e eu fiquei muito assustada que eu já sabia dessa historia des de criança pois a minha mãe ivona sales vila nova contava para nos e o pai dela que também era nosso pai e avo Aguinaldo de sales vila nova filho de fransico de sales vila nova pediu para minha mãe Ivone que nunca dexasse de contar a hestoria e a covardia au seus neto e bisneto que fizerão com o pai dele fransico de sales vila nova e que eu dou graças a deus que essa historia e verdadeira pena que perdemos a nossa mãe neste maldito 2012 nada mais o meu muito obrigado por ter esclarecido essa verdadeira hestoria nada mais fica com deus

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  17. o meu muito obrigado a vc que nus deu essa hestoria para nos Rosilda foi por vc que eu e a minha irmã ficamos a par dessa hetoria pos ate então agente so ouvia essa hestoria quando a nossa mãe contava para nos e através de vc nos hoje estamos sabendo de toda verdade que deus lhe abençoe fica na paz e mil descupas e um forte abraço a todos da família fica em paz

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  18. Já li mais de três vezes, e cada vez absorvo mais um detalhe e entendo melhor. Parabéns Rosilda, pela clareza..abraço

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  19. Exma. Sr.ª D. Rosilda Cavalcanti:

    Para além do rigor histórico e da poderosa descrição das causas e andamento dos acontecimentos aqui relatados de forma notável, acresce como maior interesse para mim o facto do citado português ser natural da minha terra, pois Manuel Bento Dantas nasceu na freguesia de Padornelo, concelho de Paredes de Coura, distrito de Viana do Castelo, em Portugal, a 26 de Fevereiro de 1870, sendo filho de Juliana Dantas. Manuel Bento Dantas emigrou para o Brasil em 1895 e foi comerciante estabelecido em Pernambuco.

    Seria maravilhoso se, por acaso, ainda houvesse descendentes dele aí em Terras de Vera Cruz. Muitos parabéns pelo seu blogue, de alta valia e grande qualidade.

    Jofre

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    1. Obrigada Jofre pelas preciosas informações. Manoel Bento Dantas era comerciante e político em Garanhuns. Foi Sub-prefeito em 1904, e Conselheiro Legislativo em 1919 sendo reeleito em 1922. Teve dois filhos, Torquato e Manoel Bento Dantas Filho. Não sei ao certo, mas ainda deve haver parentes do mesmo morando em Garanhuns.
      Ele tinha um irmão Vicente José Dantas que era proprietário da Fazenda Brejo das Flores, em Garanhuns.

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    2. Olá Rosilda! Parabéns pelo excelente trabalho.
      Se possível gostaria de saber mais sobre o Vicente José Dantas, pois minha esposa descende deste português e gostaríamos muito de ter mais informações sobre ele.
      André Bohrer Marques

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    3. andrebmarques@yahoo.com.br

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  20. eu amo garanhuns e amo a história de minha cidade obg por tudo que foi escrito.

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  21. Parabéns pela matéria sobre minha família... também possuo mais documentos sobre o hecatombe pois trata-se também de minha família. Da minha querida avó viva até hoje que me contou tudo isto e vivenciou este momento histórico da cidade de guaranhuns. Meu nome é Everson e sou da família Miranda.

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    1. Obrigada Everson. Que bom , sua avó ainda viva. Ela deve saber muita coisa sobre o assunto. E os documentos, você tem planos de escrever sobre o assunto? Que pensa fazer com eles? Neste espaço, se encontraram pacíficos descendentes dos jardins, dos brasileiros, dos vilanova, dos mirandas. Aguardo os parentes dos soldados e do Cabo Cobrinha. Abraços.

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  22. Rosilda
    Gostaria de saber para onde migraram os membros da familia brasileiro, na sua maioria, e quais participantes da hecatombe permaneceram em Garanhuns.

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  23. Prezada Rosilda,

    Primeiramente gostaria de parabeniza-la pelo artigo sobre a história de Garanhus, terra natal de minha mãe. Mesmo tento sido escrito em 2010, permanece despertando interesse até hoje.

    Meu nome é José Ricardo Queiroz Franco, sou professor na UFMG na área de Engenharia de Estruturas e moro em Belo Horizonte./MG. Há muito tempo alimento o desejo de visitar Garanhus para tentar resgatar um pouco das minhas origens e da história de minha família. Não conheci meu avô materno, Augusto Veloso da Silveira e pouco sei sobre a motivação da minha avó Josefina Veloso da Silveira, juntamente com meu tio Hilarino Veloso da Silveira e minha mãe Maria do Carmo Veloso da Silveira Queiroz decidirem sair de Garanhuns para Caruaru e posteriormente para Goiânica/GO. Acho que teve alguma motivação política da época, mas realmente pouco se falou sobre estas mudanças enquanto eram vivos. Uma coisa que me intriga muito é o sobrenome Queiroz da minha mãe, o qual todos os meus irmãos e irmãs herdaram, porém, meus avós e tio não adotaram. Parece que a origem do sobrenome Queiroz é holandesa e foi colocado em minha mãe em homenagem a alguém de Garanhuns. Resolvi pesquisar na Internet sobre a minha família, porque decidi fazer uma visita a Garanhus/Caruaru no próximo mes de junho para conhecer as duas cidades e quem sabe resgatar um pouco da história da familia Veloso da Silveira Queiroz. Segundo uma prima, filha do meu tio Hilarino, existe até um livro sobre a família Veloso da Silveira, que se possível encontrar devo trazer alguns exemplares encomendados.
    Bem Rosilda, peço desculpas por incomoda-la desta forma tão invasiva, mas eu agradeceria muito a sua ajuda como historiadora e filha de Garanhuns nesta minha busca de informações sobre a nossa árvore genealógica. Se não for muito incômodo, qualquer informação será muito útil e bem recebida pelo meu email: franco@dees.ufmg.br.
    Um abraço,
    José Ricardo

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    1. talvez esse exodo se aproximou da familia sales ,mais rapido ,,,e contando que nos dias de hoje conhecemos os inimigos que promoveram tais assassinatos ,,,vou te dizer achamos nosso descendentes e sabemos hoje do geito da historia que foram usados ,sim ,ele foi manipulado a praticar o crime comtra brasileiro,,,,,,,hoje sabemos quais e quanto são esses inimigos ,,,,,eles agem assim ate os dias de hoje ,,e sobre forte vingança contra nossa familia ,,,,ate a nossa geração

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  24. Olá meu nome é Severino Ivo da Silva, e gostaria de saber mais sobre o Sátiro Ivo

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    1. Rosilda...Em falando de crimes de Garanhuns aqui não foi mencionado o crime, do qual foi vitima parece que em 1959 do professor Salatiel de Barros do Colegio Presbiteriano XV Novembro, tendo como assassino o estudante deste mesmo colégio o jovem Paulo Eugenio.

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  25. sales vila nova é um possivel tataravo,,,,,quem tiver mais informação marta.sales@hotmail.com,,,,a _sales
    vou chamara de guerra da verdade ,,,,pois assim que se ,declara a historia ,,,ai contada ,,,ele teria sido usado ,manipulado a fazer tal crime ,,e procede essa suspeita sim ,,,quem saber mais ,,favor informar!!

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  26. Por que tentam denigrir a imagem dos Brasileiros?? Por que os chamam de poderosos, prepotentes, autoritários, violentos...
    Pelo que consta nos relatos de vocês escritores... Quem apertou o gatilho, deu o primeiro tiro e fez a primeira vítima fatal, não foi as mão de um Brasileiro... Sejam mais zelosos no uso das palavras para não causar mais sofrimento as famílias... 100 anos se passaram, mas deixaram o rastro de dor, sofrimento, tristeza e saudades. Vamos continuar regando a flor da paz entre as famílias envolvidas.
    "A paz é um tal bem que não se pode desejar uma mais caro, nem possuir um mais útil."
    Santo Agostinho

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  27. Achei excelente o artigo. A história de Garanhuns e particularmente a hecatombe sempre me fascinaram. Parabéns pelo trabalho, gostaria de saber mais sobre esse acontecimento e outros que ajudaram a construir essa tão linda terra. Sou de Calçado e um grande apaixonado por história de minha região. Abs.

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  28. Achei excelente o artigo. A história de Garanhuns e particularmente a hecatombe sempre me fascinaram. Parabéns pelo trabalho, gostaria de saber mais sobre esse acontecimento e outros que ajudaram a construir essa tão linda terra. Sou de Calçado e um grande apaixonado por história de minha região. Abs.

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    1. Obrigada Luis Caetano, somos apaixonados pela história da nossa terra. Abraços.

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  29. Prezada,Rosilda!
    Parabenizo você por essa matéria,através dela fiquei sabendo dos meus antepassados,sou bisneto do Cel Julio Brasileiro,resido no Mato Grosso... abraço

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  30. Sou neto de José Correia (Paes) da Rocha, capitão da Guarda Nacional, amigo de Júlio Brasileiro, plantador de café em Brejão. Meu avô foi condenado a 7 vezes a 30 anos. Meu avô era também farmacêutico e na casa da viúva Ana Duperron prestou curativos aos jagunços feridos e foi acusado por um padre segundo minha falecida.que disse que meu avô tinha sido um dos que mais atiraram. Não sei se o padre tenha sido Benigno Lira. A condenação do meu avô destroçou familia deixando 5 filhas e um filho. Meu avô José Correia Paes da Rocha faleceu na Casa de Detenção do Recife em 02.09.1922. Até hoje não consegui a certidão de óbito.

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    1. Imagino que sua família tenha sofrido muito. Foi uma tragédia para muitas famílias de Garanhuns.

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